Por que raramente vemos fogos de artifício azuis?

Os seres humanos apreciam fogos de artifício por milênios e nem é preciso dizer que eles são muito bonitos. Em ocasiões especiais, eles entram em cena para inundar o céu com rajadas brilhantes de branco, amarelo, vermelho, esmeralda, verde e rosa. No entanto, você já percebeu que geralmente não vemos fogos de artifício azuis?

Basta você prestar atenção para ver que o azul raramente está presente em uma exibição de fogos de artifício, mas por que isso acontece? O que torna tão difícil a produção de fogos de artifício azuis?

Ao longo desse artigo, nós vamos explorar a ausência dessa cor no mundo da pirotecnia, mas antes de entrarmos nessa questão, vamos dar uma breve olhada em como funcionam os fogos de artifício.

A ciência por trás dos fogos de artifício

O combustível dos fogos de artifício costuma ser a pólvora, enquanto que o agente corante é algum tipo de composto químico que confere a cor dos fogos de artifício após a explosão. Esses produtos químicos são geralmente sais de metal, sendo que o uso de diferentes sais de metal cria explosões de cores diferentes.

Na maioria dos casos, os sais de sódio criam uma cor amarela, os sais de estrôncio tornam-se vermelhos, os sais de alumínio criam explosões de cor cinzenta, os sais de bário tornam-se verdes e os sais de cobre (teoricamente) tornam-se azuis.

Curiosamente, quanto mais quente você conseguir deixar os produtos químicos produtores de cor, maior será a emissão na forma de luz. Em outras palavras, isso resultará em explosões mais brilhantes. No entanto, há um problema que afeta justamente a cor azul, como veremos a seguir.

Os fogos de artifício azuis e o problema com cloreto de cobre

Embora envolva um processo bastante simples, há um certo problema com os fogos de artifício. Se a temperatura ficar muito alta, ela destruirá os agentes químicos produtores de cor dos fogos. Além disso, alguns corantes químicos são mais resistentes do que outros.

O cloreto de estrôncio, por exemplo, que confere a cor vermelha em fogos de artifício, pode facilmente suportar temperaturas de até 800º Celsius. Por outro lado, o cloreto de cobre, que é usado para criar fogos de artifício azuis, é muito mais frágil. Assim que ele fica quente o suficiente para transmitir uma cor azul (cerca de 530º Celsius) ele começa “desbotar”.

Para compensar esse problema, os pirotécnicos precisam adicionar mais produtos químicos ao cloreto de cobre, de modo que a mistura possa ficar quente o suficiente para reter sua cor azul sem desaparecer. Acontece que, apesar de séculos de trabalho nessa direção, ainda não chegamos lá com uma fórmula totalmente eficaz.

Embora existam alternativas, elas são muito caras ou muito perigosas para serem usadas em fogos de artifício. Por exemplo, o arsênico era usado em alguns fogos de artifício no passado para gerar uma cor azul, mas os fabricantes perceberam que esse elemento era muito tóxico para ser usado coisas do tipo e, consequentemente, decidiram interromper seu uso.

Cor do céu também atrapalha eficácia dos fogos de artifício azuis

Outro problema associado à produção de fogos de artifício azuis é que a cor do céu no início da noite ainda é azul. Na prática, isso faz com que muitos tons de azul dos fogos passem despercebidos no céu. Para iluminá-los, seriam necessárias temperaturas mais altas, mas temperaturas elevadas significam que a cor azul brilhante ficaria desbotada, como já foi explicado acima.

O mais curioso disso tudo é que, se você analisar bem, verá que a cor azul em si é indescritível. Ela é uma daquelas cores muito difíceis de encontrar até na natureza, mas, ainda assim, o azul continua a ser uma das cores mais apreciadas.

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Mesmo que ainda não tenhamos conseguido criar fogos de artifício azuis, John Conkling, um especialista em pirotecnia, ainda está esperançoso. Ele diz que existem alguns estudos em andamento para encontrar um produto químico adequado e seguro para conferir tons de azul aos fogos de artifício. Vamos aguardar!

E você, já tinha reparado nesse detalhe? Se você gostou desse post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉