Se você tem o costume de jogar baralho, já deve ter notado que nenhuma carta consegue ser tão enigmática quanto a carta do curinga (também conhecida como Joker). Ainda assim, muita gente ignora as suas origens e passa a acreditar que o curinga sempre foi uma carta incorporada aos jogos de baralho desde as suas primeiras versões, o que não é exatamente o caso.
De fato, esta carta só foi inventada muito tempo depois e, gradativamente, foi sendo adotada na criação de novas regras. Mas, para entender melhor a ideia por trás da sua invenção, precisamos entender primeiramente as origens do próprio baralho.
Uma breve relato sobre a história do baralho
De um modo geral, acredita-se que as primeiras versões das cartas de baralho foram inventadas em meados o século 9 d.C. na China. No entanto, o baralho padrão de 52 cartas que conhecemos nos tempos modernos foi desenvolvido somente por volta de 1450 na França.
No início do século 15, havia vários baralhos diferentes sendo utilizados por toda a extensão da Europa. Entre eles, alguns dos mais populares eram o espanhol, o italiano, o alemão e o suíço, mas foi o francês que nos apresentou os quatro naipes que todos conhecemos e amamos: copas, espadas, paus e ouros.
Ninguém sabe até hoje o principal fator que levou o baralho francês a prevalecer e se tornar o baralho padrão, mas isso provavelmente está relacionado à influência cultural da França e do Reino Unido nos últimos séculos. No entanto, o que pouca gente sabe é que foi somente no final do século 19 que o curinga apareceu no tradicional jogo de cartas.
O surgimento do curinga
De acordo com o Bicycle Playing Cards, a carta curinga surgiu pela primeira vez em baralhos impressos por volta de 1860. O conceito desta nova carta foi baseado em um popular jogo de cartas da época chamado Euchre.
Em meados do século 19, os jogadores americanos do Euchre decidiram mudar o jogo, adicionando algumas novas regras. Para que o jogo funcionasse adequadamente com essas novas regras, uma carta extra se fazia necessária para oferecer uma espécie de “vantagem” ao jogador que a possuísse. Esta nova carta foi chamada de “Best Bower” e logo se tornou o maior trunfo do jogo.
Por causa da popularidade do Euchre, as empresas fabricantes de cartas de baralho nos Estados Unidos rapidamente aderiram à tendência e começaram a produzir baralhos que tinham esse trunfo extra. Não demorou muito para que a carta fosse chamada de “Joker”, que significa algo como “jocoso” ou “brincalhão”, já que ela permitia surpreender ou enganar um jogador.
Normalmente, o curinga serve uma carta de conteúdo especial, sendo representada com o desenho de um palhaço estilizado, às vezes contando também com o termo em inglês “Joker”, embora outras cartas também possam assumir o valor de curinga a depender do jogo. No caso do jogo do poker, essa carta muda de valor segundo a combinação de cartas que o jogador tem na mão.
Uma palavra final
Vale destacar que há uma outra teoria que diz que o curinga tem sua origem no baralho de tarô, que possuía uma carta chamada “The Fool”, um título que pode ser traduzido como “O Bobo” em português. Ainda assim, a primeira versão costuma ser a mais aceita pela própria comunidade envolvida nos jogos de baralho.
Também não podemos deixar de mencionar que o sucesso da carta fez com que muitas atividades fossem denominadas “curingas” para descrever uma peça ou pessoa capaz de assumir o valor de outras. Por exemplo, no futebol, um “coringa” é um jogador que atua em várias posições.
Leia Também: Por que os orientais utilizam pauzinhos para comer e não garfo e faca?
Leia Também: Por que crianças adoram brincar?
Independente de tudo isso, o fato é que o curinga pode ser uma carta extremamente benéfica ou extremamente prejudicial a depender do jogo em questão, o que pode ajudar a explicar como essa carta consegue ser tão icônica.
Muito interessante, não é mesmo? Se você gostou deste post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉