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Por que gostamos tanto de alimentos crocantes?

Alimentos crocantes podem até machucar a boca, mas são excelentes em promover uma sensação de prazer.

De um modo geral, comer alimentos crocantes é algo que todos nós gostamos. Seja um pacote de Cheetos ou até mesmo uma maçã particularmente fresca, o famoso barulho de “crac” parece agir como uma música aos nossos ouvidos e um deleite aos nossos estômagos famintos.

No entanto, os alimentos crocantes podem ser bastante incômodos por causa do ruído que promovem, sem falar que eles geralmente provocam arranhões na língua. De fato, alimentos verdadeiramente crocantes podem machucar a boca consideravelmente, pois suas bordas afiadas podem lacerar os tecidos moles das bochechas e gengivas.

Apesar disso, os seres humanos ainda veneram os alimentos crocantes. Mas, afinal, de onde vem todo esse fascínio? Por que estamos dispostos a passar por dores potencialmente inconvenientes só para comer alimentos crocantes? São estas as questões que iremos abordar ao longo deste artigo.

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Foto: Pixabay

Alimentos crocantes indicam frescor

Nunca paramos para pensar nisso, mas o fato é que juntamente com o sabor e o cheiro, o som da comida também pode ajudar a indicar se ela está boa para consumo ou não. Uma salada com alface crocante, por exemplo, tende a ser muito superior a uma com folhas moles e encharcadas.

De um modo geral, essa percepção é de óbvia importância evolutiva. Alimentos em decomposição alimentam bactérias e fungos, fazendo com que as células liberem água ou fiquem flácidas, como um balão vazio. Consequentemente, essa textura mole e macia serve como um indicador de deterioração.

Você pode argumentar que cheiro, gosto e tato são suficientes, mas não é assim que a evolução funciona. Com o passar do tempo, um ser vivo (ancestrais humanos, em nosso caso) tende a associar todas as diferentes mudanças de sabor, cheiro, textura, cor e som à decomposição de um alimento em questão.

Estenda isso a um petisco, como batata-frita, e verá que a mesma coisa se aplica. Comer uma batata-frita murcha é tão ruim quanto beber chá com leite frio. Neste caso, a água umedece e amolece as estruturas firmes da batata, essencialmente tornando-a uma esponja pouco apetitosa.

Alimentos crocantes
Foto: Pixabay

Alimentos crocantes também são mais satisfatórios

A primeira mordida em uma torrada crocante é muito satisfatória. O som alto de bolsas de ar se quebrando dá ao nosso cérebro um estranho prazer, ainda que isso nos faça mal de alguma forma, como no caso dos ferimentos bucais.

As batatas chips, especialmente as quebradas, têm muitas arestas afiadas. Por conta disso, elas podem facilmente arranhar o tecido macio de sua boca. Até que a saliva amoleça as batatas chips, você estará à mercê de toda essa “crocância”. A boa notícia é que a saliva tem analgésicos, por isso não sentimos muita dor na boca por causa dos pequenos arranhões.

Isso é semelhante ao amor dos humanos por alimentos picantes. É evidente que a pimenta nos causa desconforto, mas também temos um certo prazer masoquista em atormentar nossas línguas com molhos apimentados de várias origens distintas.

Um estudo de 2009 descobriu que os adultos tendem a recorrer a alimentos doces e crocantes quando estão estressados. Todos nós já experimentamos a catarse de liberar energia reprimida, de modo que comer comida crocante pode ser uma outra forma de realizar isso. Da mesma forma, um estudo de 2006 analisou as preferências alimentares de professores universitários estressados e observou predileções semelhantes.

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Foto: Pixabay

Uma palavra final

Como você pode ver, o sabor de uma determinada comida não está ligada somente a uma questão de gosto e cheiro. Na verdade, coisas como textura, sensação na boca e som fazem parte disso. Ouvir um pedaço de bacon chiando na frigideira faz parte do prazer de comê-lo, sendo que o mesmo acontece com a crocância de uma variedade de alimentos.

De fato, a gastronomia molecular, ciência dedicada ao estudo dos processos químicos e físicos relacionados à culinária, pode aperfeiçoar a temperatura e a pressão durante o cozimento para dar origem a alimentos com a “crocância ideal”. Em outras palavras, a ciência pode ajudar a criar a torrada mais crocante e atrativa possível.

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Ainda que você não possa pagar alguns milhares de dólares pela experiência de comer em um restaurante com estrela Michelin, os lanches comuns já são suficientes. As empresas fabricantes de salgadinhos podem usar o poder da ciência para produzir alimentos perfeitamente crocantes, por exemplo.

Muito interessante, não é mesmo? Se você gostou deste post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉

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