De acordo com dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a expectativa média de vida no Brasil foi de 76,6 anos em 2019, sendo 73,1 anos entre os homens e 80,1 anos entre as mulheres. Curiosamente, assim como ocorre em solo brasileiro, as mulheres de outras partes do mundo também costumam viver mais que os homens, em média.
Consequentemente, tudo isso levanta um questionamento interessante: afinal de contas, qual seria a razão por trás dessa disparidade de expectativa de vida entre os dois sexos? Bem, como veremos ao longo deste artigo, dois fatores principais podem ajudar a explicar isso.
Fatores genéticos ajudam a explicar por que as mulheres vivem mais
A primeira causa está relacionada às diferenças nos hormônios sexuais, pelo menos em pessoas cisgênero (pessoas cuja identidade de gênero corresponde ao sexo biológico que lhes foi atribuído no nascimento). As mulheres cisgênero produzem mais estrogênio e menos testosterona do que os homens cisgêneros e é a partir daí que as coisas começam a ficar interessantes do ponto de vista científico.
Na prática, o estrogênio tende a oferecer mais proteção contra uma série de doenças, como doenças cardiovasculares, de acordo com um estudo de 2017 publicado na revista acadêmica Biology of Sex Differences. Altos níveis de testosterona, por outro lado, têm sido associados a um risco aumentado da ocorrência de certas doenças, como alguns tipos de câncer.
É interessante destacar que a testosterona também já foi associada a maiores comportamentos de risco e níveis mais altos de agressão, o que pode aumentar consideravelmente o risco dos homens morrerem mais cedo que as mulheres.
Além disso, quando os bebês estão em ambientes com taxas de mortalidade particularmente altas, como durante fomes severas e epidemias, as meninas geralmente apresentam taxas de sobrevivência mais altas do que os meninos, de acordo com um estudo de 2018.
Fatores sociais também revelam por que as mulheres vivem mais
Fatores sociais também desempenham um grande papel nisso tudo. Os homens, por exemplo, tendem a fumar cigarros e a beber álcool com mais frequência do que as mulheres. Para se ter uma ideia, cerca de 35% dos homens no mundo fumam em comparação com 6% das mulheres, de acordo com dados do Banco Mundial.
Também vale mencionar que as mulheres são mais propensas a confiar em nutrição saudável e exercícios físicos, enquanto que os homens são mais propensos a preferir refeições mais gordurosas e comer fast food, de acordo com um estudo de 2020 publicado na revista Advances in Clinical and Experimental Medicine.
As mulheres também têm 33% mais probabilidade de consultar um médico do que os homens, excluindo os cuidados relacionados à gravidez, de acordo com um estudo de 2001 do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.
Ainda assim, é impossível separar completamente a biologia e os efeitos sociais da equação para explicar os fenômenos de como e por que os homens se envolvem em comportamentos mais arriscados. Na prática, todos esses fatores em conjunto tendem a influenciar a diferença entre os sexos quando se trata da expectativa de vida.
Uma palavra final
Ao contrário do que muitos podem imaginar, a diferença na expectativa de vida entre os sexos nem sempre foi tão grande quanto agora. Registros detalhados de mortalidade mostram que as mulheres não viviam consistentemente mais do que os homens até o início do século 20, de acordo com um relatório do National Bureau of Economic Research.
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No passado, as doenças consideradas altamente infecciosas atingiam ambos os sexos de maneira bastante semelhante. Além disso, muitas vezes as mulheres morriam durante o parto, o que diminuía a expectativa feminina no cálculo geral.
E você, já sabia que as mulheres geralmente vivem mais? Se você gostou deste post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉