Embora estejam muito distantes, as estrelas conseguem promover um brilho cintilante bem característico. De fato, você pode até pensar nisso como um feixe de luz viajando em um caminho em ziguezague até os nossos olhos. Mas, afinal de contas, por que as estrelas piscam?
Esse tipo de pergunta normalmente recebe uma resposta superficial que satisfaz a maioria das pessoas, mas como costuma ser o caso para questões relacionadas à física sobre fenômenos cotidianos, uma explicação mais completa se torna mais rica e satisfatória, como veremos ao longo deste artigo.
Temos a impressão que as estrelas piscam por causa da atmosfera da Terra
Considerando todas as coisas, nossa atmosfera é muito boa. Este cobertor de nitrogênio, oxigênio e outros gases mantém a temperatura do planeta agradável, enquanto nos protege da radiação UV prejudicial e dos detritos espaciais. Além disso, não podemos nos esquecer que sem todo aquele oxigênio em nossa atmosfera, a vida animal não poderia sobreviver no planeta Terra.
Mas, apesar de suas qualidades, a atmosfera pode ser um incômodo para os fãs de astronomia, pois ela distorce a luz. À noite, a atmosfera faz com que alguns corpos celestes pareçam piscar, sendo que o termo técnico para esse fenômeno é “cintilação astronômica”.
Como uma cebola, a atmosfera é composta de camadas, de modo que essas camadas apresentam temperaturas diferentes. Além disso, a densidade do ar varia de nível para nível, sendo que é a partir disso que a questão da cintilação das estrelas entra em cena.
Quando a luz das estrelas entra em nossa atmosfera, ela atinge bolsões de ar frio e quente. Esses bolsões agem como lentes enormes, fazendo com que a luz mude de direção conforme passa por eles. No entanto, essas lentes não ficam fixas no mesmo lugar e se movem a todo momento. Conforme eles mudam de direção, a refração da luz das estrelas também apresenta variações e é por isso que as estrelas parecem piscar.
A cintilação também afeta os planetas, mas de uma forma um pouco diferente
De certo modo, a cintilação também afeta certos planetas. Mercúrio, Vênus, Marte e outros planetas em nosso sistema solar piscam levemente quando são vistos da Terra em uma noite sem nuvens. No entanto, os planetas cintilam em um grau quase imperceptível aos olhos humanos.
A distância é a principal razão pela qual as estrelas cintilam de forma mais visível do que os planetas em nosso sistema solar. Como elas estão muito distantes, cada estrela parece ser um único ponto de luz. Por outro lado, a história é diferente para a lua da Terra e nossos planetas vizinhos. Estando muito mais próximos, eles são menos afetados pela atmosfera.
Por conta disso, os planetas parecem apresentar um brilho mais estático no céu. A luz que emanam não vem de um único ponto, mas de muitos pontos individuais, todos eles devidamente agrupados. Consequentemente, eles raramente cintilam de uma forma facilmente observável, e é por isso que os planetas e as luas não piscam tão dramaticamente quanto as estrelas.
Uma palavra final
Vale destacar que os efeitos da cintilação só podem ocorrer quando uma atmosfera está presente. É justamente por esse motivo que as fotos tiradas pelo Telescópio Hubble parecem tão nítidas; neste caso, não há bolsões de ar atmosférico para refratar a luz das estrelas. Astrônomos aqui na Terra usam telescópios com sistemas óticos adaptativos para compensar tal brilho, fazendo com que as estrelas pareçam mais estáveis.
Se você observar algo no céu noturno que não pisca, provavelmente não é uma estrela. Em vez disso, o que você pode estar vendo é um satélite, como a Estação Espacial Internacional, ou até mesmo um planeta do sistema solar.
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Por último, é importante deixar claro que o sol não pisca porque está bem mais perto da Terra do que outras estrelas. Da mesma forma, os planetas não piscam porque estão relativamente próximos do nosso planeta, ao contrário das estrelas, que costumam estar a trilhões de quilômetros de distância.
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