Quando se fala nos guerreiros vikings, muitas pessoas logo imaginam homens grandes e peludos com chifres espetados orgulhosamente para fora dos seus capacetes. Mas será que isso é verdade?
Bem, basicamente, esqueça quase todas as fantasias de viking que você já viu! Obviamente, os combativos escandinavos provavelmente usavam capacete quando marchavam rumo às batalhas, mas não há razão para acreditar que eles eram adornados com chifres, como veremos ao longo deste artigo.
Os vikings muito provavelmente não usavam capacetes com chifres
Para início de conversa, não há evidências arqueológicas que possam comprovar que os vikings usavam qualquer tipo de chifre ou asas em seus capacetes. Em representações que datam da era viking (entre os séculos VIII e XI) os guerreiros geralmente aparecem com a cabeça descoberta ou usando capacetes simples que eram feitos de ferro ou couro.
Então, de onde veio a ideia dos capacetes com chifres? Bem, provavelmente foram os escritores romanos e gregos que surgiram com a ideia de que os nortistas usavam asas e chifres, entre outras coisas, em seus capacetes.
O problema é que, assim como muitos escritos contemporâneos sobre qualquer pessoa não grega ou romana, parece haver uma distorção aqui, pois a arqueologia sugere que embora existisse capacetes com chifres no passado, eles eram usados somente para fins cerimoniais e já tinham desaparecido na época dos vikings, muitas vezes considerada como tendo começado no final do século VIII.
Consequentemente, isso era desconhecido para os escritores e artistas do início da era moderna, que começaram a fazer referência aos autores antigos representando os guerreiros viking como grandes adeptos dos capacetes com chifres.
A popularização da tese dos capacetes com chifres
A imagem popular de um viking robusto usando um capacete com chifres data de 1800, quando artistas escandinavos como o sueco Gustav Malmström incluíram esse tipo de capacete em suas representações dos invasores.
Eventualmente, quando Richard Wagner encenou sua ópera “Der Ring des Nibelungen” na década de 1870, o figurinista Carl Emil Doepler criou capacetes com chifres para os personagens viking, popularizando o estereótipo.
Malmström, Wagner e outros podem ter se inspirado nas descobertas do século XIX de antigos capacetes com chifres que mais tarde foram definidos como anteriores aos vikings. Eles também podem ter se inspirado nos antigos cronistas gregos e romanos que descreveram os europeus do norte usando capacetes adornados com todos os tipos de ornamentos, incluindo chifres e asas.
Mais uma vez, o grande problema disso tudo é que este tipo de capacete não só saiu de moda pelo menos um século antes do aparecimento dos vikings, como provavelmente era usado apenas para fins cerimoniais por padres nórdicos e germânicos, afinal, a praticidade dos chifres em combates é, na melhor das hipóteses, duvidosa.
Alguns até poderiam argumentar que capacetes com chifres ajudariam a intimidar os inimigos e até mesmo arrancar alguns olhos, mas o fato é que esses equipamentos teriam ainda mais probabilidade de ficar presos em um galho de árvore ou embutidos em um escudo do que trazer algum benefício prático.
Uma palavra final
Para finalizar, vale mencionar que capacetes com chifres não são a única imagem clássica dos vikings que historiadores estão tentando remover do senso comum.
Não há como fugir do fato de que os vikings faziam muitas incursões, mas a imagem deles como puros saqueadores está cada vez mais sendo deixada de lado porque os vikings podem ter se estabelecido e promovido mudanças consideráveis nas populações vizinhas.
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Traços da cultura viking, por exemplo, podem ser encontrados na Grã-Bretanha. Ainda assim, o maior assentamento Viking foi na Normandia, onde os vikings se transformaram em normandos que, por sua vez, se espalharam e forjaram seus próprios reinos alternativos.
A história dos vikings é muito interessante, não é mesmo? Se você gostou desse post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉