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O que é a síndrome do filho do meio?

O conceito da síndrome do filho do meio gira em torno da atenção que os filhos recebem dos pais.

Se você tem um irmão mais velho e outro mais novo, a síndrome do filho do meio provavelmente não é um conceito novo na sua vida. Quer você sinta ou não que ser um filho do meio afetou sua vida de uma maneira particular, esse assunto provavelmente já foi levantado em um momento ou outro.

De um modo geral, existem vários traços de personalidade e infortúnios comumente atribuídos ao simples fato de ser um filho do meio, seja em relação à atenção dos pais, habilidades sociais, relacionamento com irmãos, sucesso acadêmico e várias outras características.

Consequentemente, surgiu um certo estereótipo de que um filho do meio pode ser rebelde, solitário e alguém com maior probabilidade de assumir riscos, ou seja, uma espécie de “ovelha negra da família”. No entanto, uma quantidade significativa de pesquisa foi feita sobre este assunto e algumas conclusões interessantes foram observadas.

Antes de sabermos se a síndrome do filho do meio é real ou não, vamos examinar mais de perto por que e como essa “síndrome” se popularizou em culturas de todo o mundo.

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Foto: Pixabay

O que pode ser entendido como a síndrome do filho do meio?

Quando os pais são agraciados com seu primeiro filho, eles vivenciam uma experiência de mudança de vida que merecidamente domina a maior parte de seu tempo e atenção. Consequentemente, lições duras são aprendidas e tarefas hercúleas de sacrifício dos pais são feitas para proteger seu precioso primogênito.

Quando nasce um segundo filho, por outro lado, os pais geralmente se sentem mais relaxados e menos autoritários, afinal, eles criaram um filho com sucesso, então criar o segundo soa como uma tarefa mais fácil. O problema é que isso pode resultar em um pouco menos de atenção, se comparado ao primeiro filho, visto que o amado primogênito ainda receberá uma boa dose de energia e atenção.

Dito isto, quando nasce um terceiro filho, o “bebê” da família, a atenção é mais uma vez desviada do segundo filho. Isso configura um paradigma interessante, em que o primogênito e o caçula desfrutam de uma maior afeição dos pais, enquanto o filho do meio deve ostensivamente “cuidar de si mesmo”.

Essencialmente, o filho primogênito receberá responsabilidades, privilégios e maiores expectativas dos pais, enquanto o filho mais novo terá suas necessidades satisfeitas, sendo para sempre o “bebê” do casal e, portanto, recebendo tratamento especial. Essa é a ideia proposta por trás da síndrome do filho do meio, embora certamente não seja um imperativo biológico, nem um fenômeno visto em toda família de três filhos.

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Foto: Pixabay

A síndrome do filho do meio é real?

De acordo com a American Psychological Association (APA), a síndrome do filho do meio é somente uma “condição hipotética”. Quando vista através das lentes básicas delineadas acima, pode até parecer que a síndrome do filho do meio tem uma base clara, sendo capaz de explicar os sentimentos de um filho ser “ignorado” pelos pais. No entanto, isso nem sempre ocorre e quando acontece pode nem ser necessariamente tão ruim quanto parece.

De acordo com o livro “The Secret Power of Middle Children”, de Katrin Schumann, os filhos do meio podem ter relacionamentos mais “fracos” com os pais, mas, em vez de dependerem dos seus progenitores, eles tendem a estreitar os laços com os próprios irmãos. Na prática, isso pode gerar conexões estreitas com seus semelhantes, o que pode ser extremamente nutritivo e benéfico à medida que todos eles crescem.

Da mesma forma, os filhos do meio têm menos probabilidade de seguir os passos de seus pais, pois podem sentir menos pressão do que seus irmãos mais velhos para “continuar o legado da família”. Eles podem evitar essa pressão ao explorar novas ideias, comunidades, estilos de vida e oportunidades das quais seus irmãos mais velhos foram paternalmente afastados.

No fim das contas, ser um filho do meio tem o potencial de tornar a pessoa muito mais independente, visto que desde jovem ele tende a confiar em si mesmo em questões de orientação e sobrevivência. Mais tarde na vida, esse instinto autocontido pode ser muito útil, tanto nos relacionamentos pessoais quanto nas medidas de autoestima.

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Foto: Pixabay

Uma palavra final

A ordem de nascimento pode até parecer um elemento importante na definição da personalidade de um indivíduo, pois pode moldar sua visão do mundo durante seus anos de formação, mas não há um forte argumento capaz de afirmar categoricamente que os filhos mais velhos e mais novos têm alguma vantagem real.

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No fim das contas, a síndrome do filho do meio parece ser uma designação hipotética que criou um estereótipo injusto ou incompleto, não o contrário. Com o passar dos anos, a personalidade do ser humano tende a ser moldada por inúmeros fatores, de modo que a ordem de nascimento pode parecer uma variável considerável, mas não totalmente decisiva.

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