Ao longo de sua vida, você já deve ter se deparado com muitos insetos, até porque essas criaturas costumam marcar presença em todos os lugares possíveis. No entanto, você já se perguntou sobre até que ponto um inseto é capaz de ter sentimentos?
Para nós, é comum enxergá-los como criaturas bastante repugnantes e de comportamento robótico, mas, na verdade, novas evidências sugerem que eles também podem experimentar uma variedade de sentimentos ao longo de suas vidas.
Analisando os insetos em detalhes
Primeiramente, precisamos ter em mente que a classe dos insetos envolve um conjunto de criaturas invertebradas e corpo segmentado que inclui mais de um milhão de espécies diferentes. Na prática, essa classe abrange desde mariposas e libélulas a grilos, abelhas, traças, entre outros.
Os primeiros insetos do nosso planeta surgiram há mais de 400 milhões de anos, ou seja, muito antes dos dinossauros caminharem pela Terra. Curiosamente, o fato é que por muito tempo essas criaturas reinavam como gigantes.
Uma libélula, por exemplo, poderia ter o tamanho de um gavião e envergadura de asas de até 70 cm, mas evoluiu até chegar no formato que conhecemos hoje por questões de adaptação às mudanças do ambiente. Porém, isso é um indício de que os insetos são surpreendentemente parecidos a outros grupos de animais, ainda que tenham nítidas diferenças em termos físicos.
Por incrível que pareça, os insetos até possuem órgãos similares aos dos seres humanos. Um exemplo disso é o cérebro dos insetos, que embora não tenha as mesmas regiões cerebrais que o dos vertebrados, possui áreas com funcionalidades parecidas.
De fato, a forma como os insetos conseguem armazenar experiências e memórias já chegou a ser comparada com o funcionamento do córtex do cérebro humano, que é justamente a camada externa cerebral responsável pela inteligência humana, incluindo o pensamento e a consciência.
As peculiaridades dos sentimentos dos insetos
De certo modo, os paralelos de vida entre seres humanos e insetos podem provocar uma sensação de surpresa entre nós, afinal, de acordo com a BBC, as abelhas conseguem contar até quatro, formigas são capazes de construir ferramentas com os objetos que encontram na natureza e baratas apresentam ricas vidas sociais, além de formarem tribos e se comunicarem entre si.
No entanto, mesmo que o cérebro dessas criaturas tenha caminhado em uma direção parecida com a nossa, ainda existe uma diferença fundamental, afinal, durante a nossa evolução, as mulheres tiveram seus quadris alargados para permitir a gestação de crianças com cérebros cada vez maiores. Enquanto isso, animais como a mosca-das-frutas, por exemplo, tem o cérebro do tamanho de uma semente de papoula.
Então faria sentido, evolutivamente, os insetos terem desenvolvido a capacidade de ter sentimentos? Bem, em geral, os sentimentos servem para incentivar comportamentos que aumentem nossa capacidade de sobreviver, reproduzir e aumentar nossa herança genética.
Desse modo, a ideia de sentir-se aterrorizado com um predador poderia fazê-los ficar mais atentos e escapar do perigo, assim como a felicidade desencadeada por encontrar um alimento poderia incentivá-los a se alimentar mais.
Uma palavra final
Se por um lado a possível descoberta dos sentimentos dos insetos é um grande passo para o mundo científico, por outro é um grande dilema para a forma como nós, seres humanos, vivemos atualmente. Recentemente, o governo do Reino Unido reconheceu os crustáceos como seres sencientes e propôs uma série de leis para que eles deixassem de ser fervidos vivos.
Consequentemente, isso levanta um questionamento interessante: o que aconteceria se tivéssemos certeza de que todos os insetos têm sentimentos similares aos nossos? Isso mudaria a nossa visão sobre os animais que são mortos diariamente sem dó nem piedade?
Além disso, criaturas como as abelhas e as moscas-das-frutas também são comumente usadas para o desenvolvimento de novos estudos em laboratório, de modo que reconhecê-las como criaturas pensantes poderia passar a ser visto como uma verdadeira “tragédia” para pesquisas científicas.
Leia Também: Por que as aranhas não ficam presas em suas teias?
Leia Também: Qual tipo de chocolate é o mais saudável?
Com tudo isso em mente, é compreensível que seja tão difícil enxergar os insetos como seres com sentimentos, afinal, isso seria algo extremamente frustrante para nossas ambições no ramo das pesquisas.
Muito interessante, não é mesmo? Se você gostou deste post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉