Até mesmo os dispositivos mais comuns em nosso mundo atual não existiam no passado e, portanto, tiveram que ser inventados por alguém. Pegue o limpador de para-brisa, por exemplo. Pode parecer difícil imaginar um mundo sem esse acessório, mas o fato é que ele já foi motivo até de zombaria no século passado.
Ao longo desse artigo, nós vamos explorar a curiosa história do limpador de para-brisa. Você vai ver que até mesmo as ideias mais revolucionárias podem encontrar obstáculos em meio à desconfiança humana.
A invenção do limpador de para-brisa
Em 1902, uma americana do Alabama chamada Mary Anderson visitou Nova York e ficou chocada com a forma como o tempo ruim reduzia a velocidade dos bondes. Neve e granizo obscureciam os para-brisas de dois painéis dos bondes frequentemente, forçando os motoristas a abrirem e limparem os vidros várias vezes ao longo do trajeto.
Após o ocorrido, ela decidiu esboçar em seu caderno de anotações uma solução bastante criativa: um limpador de rodo na parte externa do para-brisa que deveria ficar conectado a uma alavanca na parte interna.
Mary Anderson patenteou sua invenção no ano seguinte, mas como poucas pessoas tinham automóveis na época, sua invenção acabou atraindo pouco interesse. Para se ter uma ideia, os automóveis eram usados ao ar livre e até mesmo os para-brisas eram considerados um acessório simplesmente opcional.
Algumas pessoas até zombaram da invenção de Anderson, dizendo que o movimento dos limpadores distrairia o motorista e causaria acidentes. Sua patente expirou antes mesmo que ela pudesse convencer alguém a usar seu dispositivo.
Basicamente, a ideia na época era que a reação à chuva no para-brisa deveria ser simplesmente remover o para-brisa do carro. Isso pode até soar bizarro nos dias de hoje, mas o fato é que o dispositivo limpador de janelas de Mary Anderson logo caiu no esquecimento.
O ressurgimento do limpador de para-brisa
O limpador de para-brisa tomaria novos rumos mais tarde através de John Oishei, um aspirante a dramaturgo que dirigia um teatro em Buffalo, Nova York. Enquanto dirigia seu carro em uma noite chuvosa em 1916, Oishei atropelou um ciclista.
Em estado de choque por conta do acidente, Oishei dizia que a batida havia ocorrido por causa da falta de visibilidade provocada pelo tempo ruim. Consequentemente, ele passou a buscar possíveis soluções para um problema daquele tipo.
Pouco tempo depois, Oishei se deparou com um limpador manual semelhante ao criado por Mary Anderson. Entusiasmado com o produto, ele decidiu fundar uma empresa para comercializá-lo. O dispositivo exigia uma certa destreza (os motoristas tinham que operá-lo com uma mão enquanto dirigiam com a outra), mas rapidamente se tornou o equipamento padrão nos automóveis americanos.
A empresa de Oishei, que acabou se chamando Trico, logo dominou o mercado de limpadores de para-brisa. Embora não fosse um inventor, Oishei era implacável em sua busca por patentes, comprando qualquer tecnologia que não pudesse desenvolver internamente, sem falar nas suas invejáveis habilidades de marketing.
Os limpadores de para-brisa nos tempos modernos
Com o passar do tempo, os limpadores de para-brisa foram reprojetados repetidas vezes, em resposta aos projetos de carros cada vez mais ambiciosos e ao desejo das montadoras de promover novos acessórios atraentes aos clientes.
Curiosamente, o conceito básico dos limpadores atuais permanece fiel ao que Mary Anderson esboçou a bordo daquele bonde de Nova York em 1902: um rodo que limpa a água do vidro.
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Vale mencionar que Mary Anderson é considerada a primeira mulher a criar um dispositivo indispensável para os automóveis. Por isso, ela sempre foi considerada uma grande incentivadora para a participação feminina na indústria automobilística.
O limpador de para-brisa é uma invenção extremamente importante para a segurança no trânsito, não é mesmo? Se você gostou desse post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉