Se você observar os anúncios de qualquer veículo novo, verá que a maioria dessas propagandas contém alguma menção à velocidade máxima que o meio de transporte em questão pode atingir. De fato, em muitos casos, é o poder da velocidade que os fabricantes de veículos tentam vender ao consumidor. No entanto, você já se perguntou por que gostamos tanto de altas velocidades?
Ao longo deste artigo, você vai descobrir que muitos elementos entram em jogo quando se trata do amor dos seres humanos pela velocidade.
Altas velocidades não dão uma sensação de liberdade
De certo modo, nós não somos tão racionais como supomos. Embora busquemos a segurança e o bem-estar a todo momento, muitas vezes ansiamos por invadir os territórios proibidos. A questão a ser considerada aqui é o fato de que suprimimos muitos desejos de assumir riscos por uma questão de sobrevivência, não por preferência pessoal.
Em outras palavras, nós secretamente ansiamos por velocidade e aventura. Isso provavelmente explica por que os vídeos nas redes sociais que mostram pessoas praticando esportes radicais obtêm tantas visualizações. De fato, os profissionais de marketing ao longo das décadas têm explorado toda essa nossa predileção por altas velocidades.
Outra razão que os psicólogos observam para reforçar nossa obsessão com a velocidade é que ela promove uma sensação de liberdade. Quando você sobe em uma moto ou entra em um carro, há uma mudança imediata em sua psique. O veículo que você dirige se torna uma extensão de sua personalidade, equivalente a ter asas.
Dito isto, fazer o veículo à sua disposição correr o mais rápido possível estimula o ego e tende a se tornar um hábito. Este comportamento é muito mais fácil de ser visualizado nos homens, razão pela qual as pessoas do sexo masculino são mais propensas a comprar carros esportivos do que as mulheres, já que isso literalmente estimula o ego e presumivelmente melhora sua aparência “masculina”.
Altas velocidades aumentam os níveis de testosterona e adrenalina
Em um estudo publicado na revista acadêmica Organizational Behavior and Human Decision Processes em 2009, os pesquisadores compararam os níveis de testosterona de um grupo de homens que dirigiam um carro esportivo com outro grupo de homens dirigindo um sedã normal. Esses dois grupos foram obrigados a circular em dois tipos de ruas: uma cheia de mulheres e outra completamente sem nada.
Os resultados mostraram que os homens que dirigiam o carro esportivo vieram a apresentar níveis mais elevados de testosterona. Uma observação mais interessante foi que a presença de mulheres não foi o fator principal os seus níveis de testosterona, mas o tipo e a velocidade do carro.
Além disso, conforme você “pisa” no pedal de aceleração, ocorre um jorro repentino de adrenalina em seu corpo, o que traz muitos efeitos: sua pressão arterial aumenta instantaneamente, seus batimentos cardíacos sobem, sua temperatura corporal amplia e você pode sentir um leve formigamento nos membros. Esses efeitos podem ser vistos em homens e mulheres, mas são mais pronunciados em homens.
No fim das contas, esses fatores ajudam a explicar que a obsessão por altas velocidades também pode ser associada à testosterona. Isso também pode ajudar a explicar por que os homens geralmente são considerados “mais apressados” e “menos cautelosos” ao volante.
Uma palavra final
Embora a velocidade possa promover uma certa sensação de liberdade, é importante deixar claro que, em média, uma pessoa morre a cada quinze minutos por causa de acidentes de trânsito no Brasil. Dito isto, torna-se imprescindível a conscientização da sociedade diante de seu comportamento nas ruas e estradas.
Ao longo dos anos, a narrativa de que a velocidade proporciona uma emoção incomparável foi construída pela sociedade e pelos profissionais de marketing. Consequentemente, ficou difícil para os reguladores de tráfego convencerem as pessoas de que há um alto risco envolvido com o excesso de velocidade.
De fato, a maioria dos comerciais de carros é elaborada em torno da narrativa de andar rápido em um veículo novo. Então, de certa forma, somos culturalmente treinados para desejar altas velocidades e não estamos realmente preocupados com os perigos associados a esse comportamento.
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Viajar em uma rodovia bem conservada e desobstruída em um carro esportivo parece divertido e emocionante, mas nunca se esqueça de que você está operando uma grande peça de metal que pode causar sérios danos a si mesmo se manuseada sem cuidado, além de colocar em risco a vida de pessoas inocentes ao seu redor. No fim das contas, o risco que você corre ao acelerar não vale a excitação temporária que isso oferece!
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