Embora o ouro não seja mais a base das moedas mundiais, ele ainda consegue manter seu apelo de investimento como uma classe de ativos na qual os investidores são incentivados a possuir uma participação para diversificar seu portfólio com o preço diário do metal monitorado de perto. Mas, afinal de contas, o que levou ao apelo duradouro do ouro por milhares de anos e por que ele é considerado um metal precioso?
A história da relação do homem com o ouro remonta a muitos milênios, com sua cor dourada imediatamente chamando a atenção. Com o tempo, ele evoluiu de um ativo decorativo desejável para uma moeda usada em todo o mundo, como analisaremos ao longo deste artigo.
Os fatores que explicam por que o ouro é tão valioso
Primeiramente, é importante notar que o ouro é um dos metais mais maleáveis da natureza, juntando a isso o fato de ser praticamente indestrutível. Como não sofre com a ação do tempo e corrosão como outros metais, o ouro consegue se colocar numa posição de destaque em vários setores.
Como explica o Kinesis, o ouro tem um ponto de fusão relativamente baixo que permitiu que as primeiras comunidades que o descobriram trabalhassem com esse metal na produção de joias. Para outros elementos, as altas temperaturas necessárias para derretê-los só se tornaram acessíveis recentemente. Hoje, o ouro não é usado apenas na produção de joias, mas até mesmo na placa de circuito dos iPhones.
Uma outra razão por trás do alto valor do ouro é a quantidade finita de oferta do metal. Estima-se que pouco mais de 200.000 toneladas de ouro foram extraídas ao longo da história, a maior parte das quais nos últimos 70 anos, de acordo com o World Gold Council. Desde que chamou a atenção do homem pela primeira vez, seu brilho e cor deram ao ouro um apelo decorativo considerável, o que se reflete no fato de que quase metade desse ouro extraído foi transformado em joias.
Curiosamente, esse amor pelo ouro pode ser rastreado em todo o mundo, com o metal sendo até mesmo associado aos deuses. Na América do Sul, os incas e outras comunidades andinas consideravam o ouro como “o suor do sol”. No antigo Egito, onde se acredita que o ouro foi descoberto pela primeira vez, as pessoas pensavam que o metal era a carne do deus sol Rá.
Um metal valioso e, consequentemente, absurdamente caro
De certo modo, o valor real do ouro é derivado apenas do que nós, como humanos, colocamos nele. No entanto, o apelo duradouro por esse metal dourado e brilhante, aliado à sua ampla adoção como moeda e, mais recentemente, como um componente-chave em certas indústrias, resultou num preço absurdamente caro.
A relativa raridade do ouro é um fator chave em seu alto preço, mas há algo mais em seu valor do que uma economia puramente fundamental de oferta e demanda. Na prática, isso se deve ao enorme mercado de investimentos que envolve o ouro, com a quantidade desse metal que é negociada diariamente superando em muito seu suprimento físico total.
Ouro como investimento
O investimento em ouro baseia-se em sua falta de correlação com outras classes de ativos e em sua capacidade comprovada de manter seu valor ao longo dos séculos. A quantidade finita de oferta, em contraste com as moedas fiduciárias controladas pelos bancos centrais que podem imprimir mais dinheiro conforme necessário, levou o ouro a ser considerado um “porto seguro” contra a inflação.
Por muitas décadas, muitas das moedas do mundo foram lastreadas em ouro, com os bancos centrais obrigados a ter a quantidade equivalente de ouro para cada moeda em circulação. Isso era conhecido como Padrão-Ouro e, embora os governos tenham se afastado dele na década de 1970, os bancos centrais continuam a acumular grandes quantidades de ouro, totalizando cerca de 35.000 toneladas, ou cerca de um quinto da quantidade de ouro já extraída.
Leia Também: O nitro realmente funciona como mostrado em ‘Velozes e Furiosos’?
Leia Também: Por que as pessoas perdem a noção quando ficam bêbadas?
Em tempos de crise, seja por guerra ou desaceleração econômica, os investidores frequentemente fogem para ativos “portos seguros”, como o ouro. Ou seja, em resumo, o valor e a preciosidade do ouro dependem quase inteiramente da conveniência que os humanos colocaram sobre ele.
Muito interessante, não é mesmo? Se você gostou deste post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉