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Por que a Esfinge de Gizé não tem nariz?

A maioria das pessoas conhece esse antigo monumento, mas poucos sabem o que aconteceu com seu nariz.

A Grande Esfinge de Gizé é um dos locais históricos mais populares do Egito, atraindo a atenção de muitas pessoas mesmo 4.500 anos após sua construção. Entre todos os detalhes dessa estátua de pedra calcária, destaca-se a ausência de seu nariz, que supostamente teria cerca de um metro de comprimento.

Consequentemente, isso levanta uma questão interessante: afinal de contas, por que a Esfinge de Gizé não tem nariz?

Várias histórias foram criadas e espalhadas com o propósito de indicar quem quebrou o nariz da Esfinge. A estrela mais icônica dessas histórias é Napoleão Bonaparte. Segundo uma teoria, o nariz da Esfinge foi quebrado durante uma das batalhas militares instauradas por Napoleão perto de Gizé, durante a campanha francesa no Egito em 1798.

No entanto, o que pouca gente sabe é que essa estátua meio homem e meio animal foi vandalizada juntamente com outras estátuas e representações memoriais em muitas culturas antigas. Dito isto, é bem provável que a resposta para o sumiço do nariz da Esfinge esteja ligado a uma questão religiosa, como veremos ao longo deste artigo.

Esfinge de Gizé
Foto: Pixabay

A Esfinge de Gizé não é a única estátua antiga com um nariz ausente

Um artigo em inglês da CNN dá algumas dicas sobre por que essa curiosa prática de desfiguração aconteceu tão rotineiramente ao longo da história.

Edward Bleiberg, que supervisiona várias coleções de interesse histórico no Museu do Brooklyn de Nova York, disse à CNN que a pergunta que ele mais recebe dos visitantes é: “por que os narizes de várias estátuas egípcias foram quebrados?”

Bleiberg disse que presumia que tais danos deveriam ser normais em estátuas, até porque a maioria delas tem milhares de anos. No entanto, esta simples observação levou Bleiberg a descobrir um padrão generalizado de destruição deliberada que apontava para um complexo conjunto de razões pelas quais a maioria das obras de arte egípcia veio a ser desfigurada justamente na região do nariz.

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Foto: Pixabay

A Esfinge de Gizé pode ter perdido seu nariz por motivos religiosos

Segundo as pesquisas de Bleiberg, questões iconoclastas levaram à mutilação do nariz da Esfinge de Gizé. A palavra “iconoclastia” é definida como um movimento político-religioso de oposição às crenças religiosas tradicionais que sustenta a prática de destruir objetos que veneram suas divindades.

Vale destacar que os antigos egípcios atribuíam poderes significativos a imagens artísticas de seres humanos ou divindades, acreditando, por exemplo, que uma essência divina poderia habitar a estátua de uma divindade. Essa visão de mundo também sustentava que uma parte da alma de um ser mortal poderia estar contida em uma representação artística dessa pessoa.

Portanto, tal ato de vandalismo buscava “desativar a força da estátua”, afinal de contas, a divindade que habitava a grande estrutura não conseguiria viver sem “respirar” pelo seu nariz.

Bleiberg acredita que a consistência dos padrões onde o dano é encontrado na escultura sugere que se trata de uma ação proposital, citando uma variedade de motivações políticas, religiosas, pessoais e criminais que serviriam como motivações para tais atos de vandalismo. Desse modo, discernir a diferença entre dano acidental e vandalismo deliberado se resumia a reconhecer esses padrões.

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Foto: Pixabay

Uma palavra final

No passado, estátuas eram comumente vistas como “um ponto de encontro entre o sobrenatural e o mundo físico”, o que as transformava em um canal para a transmissão do poder divino aos seres humanos. Portanto, acredita-se que o vandalismo de ícones pudesse impossibilitar essa troca, pois, sem nariz, o espírito da estátua não conseguiria respirar.

Essa é uma hipótese fascinante, pois ajuda a explicar as várias estátuas sem nariz no território do Egito, sendo o exemplo mais conhecido a famosa Esfinge de Gizé.

Com essa tese em mente, alguns historiadores acreditam que não foi um canhão do exército de Napoleão Bonaparte que explodiu o nariz da Esfinge no início do século XVIII, mas um líder muçulmano do século XIV chamado Muhammad Sa’imal-Dar, que supostamente ficou irritado ao ver os camponeses egípcios adorando a Esfinge para pedir proteção.

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Indignado com a demonstração flagrante de devoção dos egípcios, Sa’im al-Dahr teria destruído o nariz da estátua. No entanto, se isso é um fato absoluto ainda é motivo de debates.

Um assunto bem curioso, não é mesmo? Se você gostou desse post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉

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