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De acordo com a Agência Brasil, a cada 40 segundos, uma pessoa morre vítima de doença cardiovascular no Brasil. Obviamente, essa estatística se aplica apenas a humanos, mas e quanto aos outros animais? Eles também sofrem ataques cardíacos e podem morrer através dessa condição debilitante e potencialmente mortal?
Bem, na maioria das vezes, os outros animais não sofrem ataques cardíacos, nem mesmo os nossos parentes vivos mais próximos, os chimpanzés. Os animais estão sujeitos outros problemas no coração, mas até onde os cientistas sabem, ataques cardíacos são raros entre essas criaturas.
Em entrevista ao LiveScience, Philip Gordts, professor que estuda doenças cardíacas na Universidade da Califórnia, explicou que, em geral, os animais não morrem naturalmente do ataque cardíaco típico que você vê quando obstrui as artérias coronárias em humanos. Eles até poderiam, em teoria, mas há alguns fatores em jogo que contribuem para que ocorra o contrário, como veremos ao longo deste artigo.
Compreendendo a natureza de um ataque cardíaco
Um ataque cardíaco geralmente ocorre quando um vaso sanguíneo que distribui sangue oxigenado para o coração fica bloqueado e ocasiona a morte de um pedaço de tecido cardíaco por falta de oxigênio.
Quando um pedaço do coração morre, ele não pode se contrair e propagar a onda elétrica que se move pelo resto do coração, o que acaba fazendo com que o coração pare completamente, levando à morte da pessoa, a menos que uma intervenção seja realizada a tempo.
Todos os corações dos mamíferos são muito semelhantes, então, a maioria desses animais pode, em tese, sofrer ataques cardíacos. Embora, teoricamente, possam acontecer, na maioria das vezes, eles não ocorrem. Por exemplo, ataques cardíacos são muito raros em cães, de acordo com o Oakland Veterinary Referral Service. Mas, por quê?
Os ataques cardíacos em seres humanos
Em vez de perguntar por que outros animais não sofrem ataques cardíacos, pode fazer mais sentido perguntar por que os humanos estão sujeitos a isso.
À primeira vista, você pode pensar que tudo isso tem a ver com nosso comportamento sedentário e dietas pobres, mas embora esses fatores certamente contribuam, a verdade é que os humanos podem ser particularmente propensos a ataques cardíacos por causa de uma mutação que é exclusiva da nossa espécie.
Em algum momento de suas vidas, os ancestrais do que viria a ser o Homo sapiens “perderam” um gene. Na verdade, as funções do gene CMAH foram completamente desativadas no organismo, mas esse CMAH desativado trouxe uma característica nada positiva à nossa espécie: a propensão a sofrer ataques cardíacos, mais especificamente, enfarte agudo no miocárdio.
Quando pesquisadores inativaram esse mesmo gene em camundongos geneticamente modificados para ter colesterol alto e desenvolver aterosclerose, os camundongos desenvolveram o problema com o dobro da gravidade dos camundongos com uma versão funcional do gene. Então, essa mutação poderia explicar por que os humanos são propensos a aterosclerose e a ataques cardíacos, enquanto outros mamíferos não são.
No fim das contas, muitos animais possuem características que lhe protegem de ataques cardíacos
No coração dos mamíferos, a única maneira de obter sangue e oxigênio em todo o coração é através de artérias e vasos sanguíneos e acredita-se que isso também seja verdade para os pássaros. Por esse motivo, se uma artéria coronária vier a ser bloqueada em um pássaro ou mamífero, o coração perderá seu suprimento de oxigênio e a criatura provavelmente terá um ataque cardíaco. No entanto, a coisa muda para outros animais.
Os corações de alguns vertebrados não mamíferos têm um sistema ligeiramente diferente que pode protegê-los de ataques cardíacos. Além de vasos sanguíneos e capilares que fornecem oxigênio, eles contam com um tecido cardíaco esponjoso, que permite que o sangue oxigenado dentro das câmaras do coração viaje profundamente nas paredes do coração, como a água se movendo entre as bolsas de ar de uma esponja.
Como o sangue penetra tão profundamente no tecido cardíaco, o oxigênio pode se difundir diretamente do sangue para as células do coração. Sendo assim, mesmo que uma artéria coronária esteja bloqueada, um vertebrado de coração esponjoso pode evitar um ataque cardíaco graças a esse “sistema de backup” de difusão de oxigênio.
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No fim das contas, como os vertebrados de coração esponjoso têm uma fonte reserva de oxigênio, ao contrário do que ocorre com pássaros e mamíferos, os pesquisadores acreditam que eles são menos propensos a sofrer ataques cardíacos.
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