Para muitos, acionar o botão de “soneca” para garantir alguns minutos a mais na cama pode vir acompanhado de um sentimento de culpa, como se estivessem desperdiçando tempo precioso.
Contudo, um estudo recente publicado no Journal of Sleep Research sugere que esses breves cochilos matinais podem, na verdade, impulsionar a produtividade ao longo do dia.
Investigando os padrões de sono das pessoas, mais de 1700 indivíduos de diversas partes do mundo foram entrevistados no primeiro estudo. Os resultados revelaram que 69% deles fazem uso da função “soneca” de forma ocasional, ou até mesmo configuram múltiplos alarmes para adiar o momento de levantar.
Esses participantes relataram, em média, cochilar por cerca de 22 minutos após o primeiro alarme. Curiosamente, os pesquisadores observaram que esses indivíduos eram, em média, seis anos mais jovens do que aqueles que não tiravam cochilos e eram até quatro vezes mais propensos a serem notívagos. Além disso, os adeptos da “soneca” dormiam um pouco menos nos dias úteis e relatavam sentir-se mais sonolentos ao acordar.
Para avaliar o impacto desses cochilos no desempenho diário, um experimento foi conduzido. Trinta e um participantes passaram três noites em um laboratório, fornecendo amostras de saliva e realizando quatro testes cognitivos após acordar e novamente 40 minutos depois.
Surpreendentemente, aqueles que tiraram cochilos, com instruções para adiar o alarme três vezes, não apresentaram mudanças de humor. Além disso, não foram observadas variações nos níveis de cortisol, o hormônio do estresse, que geralmente se encontra elevado na primeira hora após o despertar.
Entre os testes realizados estavam questões de matemática e exercícios de memorização de listas de palavras. Mesmo diante da sensação de sonolência que muitos experimentaram ao acordar, o desempenho dos que adiaram o momento de levantar não foi prejudicado em comparação com aqueles que não tiraram cochilos. De fato, os que tiraram cochilos apresentaram um desempenho cognitivo superior em três dos quatro testes, especialmente no teste de aritmética.
No entanto, não foram detectados efeitos semelhantes nos testes realizados durante a hora do almoço ou à tarde. Segundo os pesquisadores, o cochilo reduz a probabilidade de despertar durante fases mais profundas do sono, evitando a sensação de tontura comum durante a transição do sono para o estado de vigília.
Apesar de o experimento ter sido limitado pelo número de participantes, representa um avanço no entendimento dos benefícios dos adorados cochilos. Ao contrário dos efeitos negativos associados a noites de sono fragmentadas, esses curtos períodos de sono antes de acordar parecem não ter impactos adversos.
Claro, depender exclusivamente desses cochilos ainda não parece ser a melhor abordagem. Para evitar essa dependência, investir em uma rotina de sono bem estruturada continua sendo a alternativa mais indicada. Se você tem dúvidas sobre como relaxar e aproveitar ao máximo seu período de repouso, não deixe de conferir as dicas que compartilhamos aqui!