Os humanos, assim como a maioria dos animais, têm dois olhos, afinal, esse conjunto promove uma melhor percepção de profundidade, entre outras vantagens. No entanto, ter dois olhos levaria à visão dupla se eles não se movessem juntos em perfeita sincronia. Então, como o corpo garante que nossos olhos sempre trabalhem juntos?
Neste artigo, você vai descobrir que o alinhamento em perfeita sincronia dos nossos olhos só é possível graças a uma aliança constantemente aprimorada de neurônios e músculos.
Os fatores que explicam como nossos olhos se movem em perfeita sincronia
Em resumo, para evitar a visão dupla, o cérebro explora um “sistema de feedback” para ajustar os comprimentos dos músculos que controlam os olhos. Na prática, isso produz movimentos oculares fenomenalmente precisos através de um constante ciclo de aprendizagem.
Cada olho tem seis músculos que regulam seu movimento em diferentes direções, sendo que cada um desses músculos deve ser acionado simultaneamente em ambos os olhos para que eles possam se mover em perfeita sincronia, de acordo com uma análise de 2005 publicada no periódico Canadian Medical Association Journal.
É realmente incrível quando você pensa sobre isso. Em suma, o que ocorre é que o cérebro tem um sistema neurológico que é fantasticamente organizado e que aprende ao longo do tempo quanta estimulação deve enviar a cada um dos 12 músculos para direcionar cada movimento ocular.
Movimentação em sincronia dos olhos é uma habilidade adquirida
A habilidade de mover os olhos em sincronia não é inata, pois trata-se de uma habilidade adquirida. De acordo com o LiveScience, os bebês geralmente passam a dominar isso dentro de um período que abrange de três a quatro meses de vida. A maioria das pessoas mantém essa capacidade funcional até os 80 anos, mas a idade nos faz perdê-la ao longo do tempo.
Vale destacar que o ciclo de aprendizado por feedback é iniciado quando os músculos ficam ligeiramente fora de sincronia uns com os outros, o que acontece de vez em quando ao longo da vida, resultando em uma pequena quantidade de visão dupla. Às vezes, isso ocorre porque um músculo é um pouco mais longo que outro.
Na prática, essas distorções oculares são muitas vezes tão modestas que as pessoas nem as percebem conscientemente, mas ainda assim o cérebro nota essas discrepâncias aparentemente triviais e tenta endireitar as coisas.
De um modo geral, o cérebro pode mover os olhos em oposição para realinhá-los em menos de um segundo. Se eles apenas continuassem se movendo na mesma direção, eles não mudariam sua posição em relação um ao outro, ou seja, eles ficariam fora de sincronia.
Uma palavra final
Durante todo o processo de recalibração, o cérebro usa os dados que coleta para conseguir ajustar o comprimento de repouso dos músculos que controlam o movimento dos olhos. Ele pode, por exemplo, perceber que um dos músculos cresceu mais rápido que os outros.
Consequentemente, o cérebro desenha automaticamente um mapa e utiliza-o para alterar o comprimento do músculo e aliviar o desalinhamento. Isso ocorre ao longo de semanas a meses, adicionando ou subtraindo blocos de construção individuais aos músculos. No entanto, como exatamente o corpo traduz esse mapa cerebral em mudanças musculares ainda não está claro.
Embora ainda haja muita coisa a ser descoberta nessa área, já sabemos que o cérebro está perpetuamente alerta para o movimento perfeito dos olhos por meio desse processo de feedback.
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Curiosamente, os comprimentos dos músculos são reajustados com tanta frequência que a maioria das proteínas presentes neles tem menos de um mês de idade, sem falar que a meia-vida das proteínas nos músculos oculares é de apenas 10 a 15 dias, afinal, os músculos estão se movendo o tempo todo.
Muito interessante, não é mesmo? Se você gostou deste post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉