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Hoje, os abacaxis podem ser encontrados facilmente em supermercados e barracas de feiras livres. No entanto, entre os séculos XVI e XVIII, os abacaxis eram tão raros na Europa que acabavam sendo exibidos pela elite europeia como belas obras de arte.
Ao longo desse artigo, você vai entender por que os abacaxis eram tão desejados pela elite europeia e como isso influenciou o estabelecimento do seu alto preço nos séculos passados.
A origem do fascínio da elite europeia pelos abacaxis
Converter o custo de um abacaxi dos séculos XVI, XVII e XVIII para as moedas dos dias modernos é uma tarefa quase impossível de ser feita com precisão. Ainda assim, as estimativas giram entre cinco e dez mil dólares por abacaxi, dependendo de fatores como a qualidade da fruta e a estação do ano.
Christopher Cumo explica no livro Foods that Changed History que, depois que o abacaxi foi encontrado pela primeira vez pelos europeus na ilha de Guadalupe, em novembro de 1493, a fruta logo se transformou em uma espécie de símbolo do colonialismo europeu.
Rapidamente, grandes esforços foram iniciados para tentar encontrar uma maneira de produzir a fruta na Europa. No entanto, o abacaxi, que é originário da América do Sul, não se dava muito bem com o clima europeu. Então, a realeza europeia, que adorava a fruta por sua doçura natural e forma inusitada, descobriu que a única maneira de obter um abacaxi seria pagando por sua importação, o que não era barato, obviamente.
Além disso, os navios de carga da época eram muito lentos e apresentavam temperaturas muito altas, o que fazia com que os abacaxis apodrecessem facilmente durante as viagens. Portanto, para obter um abacaxi minimamente saudável, eram necessários os navios mais rápidos e as condições climáticas mais favoráveis.
Como resultado, as únicas pessoas da Europa que podiam comprar um abacaxi (quanto mais comer um) eram os membros da realeza ou os ridiculamente ricos.
O início do cultivo de abacaxis na Europa
A coisa toda só veio a melhorar no final dos anos 1600, quando os holandeses começaram a cultivar os abacaxis com sucesso. Na época, os holandeses tinham um certo controle sobre a produção de abacaxis porque a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais desfrutava de um monopólio quase total do comércio no Caribe, permitindo que cidadãos ricos importassem quantidades consideráveis da fruta.
Por outro lado, o cultivo de abacaxi na Inglaterra ainda provava ser uma tarefa bastante complexa, sendo que apenas agricultores excepcionalmente qualificados ou muito ricos eram capazes de tal feito.
No fim das contas, o fato é que os abacaxis só passaram a ser cultivados em solo inglês em meados de 1714, quando um holandês chamado Henry Telende conseguiu cultivar um abacaxi com sucesso para seu empregador, Matthew Decker.
O legado da fruta em terras europeias
Mesmo com o cultivo dessa fruta em solo inglês se tornando uma realidade no século XVIII, os abacaxis ainda ostentavam um preço tão alto que muitos nobres optavam por simplesmente exibi-los em suas casas como se fosse um ornamento precioso. Foi a partir daí que surgiu o conceito de “alugar” abacaxis.
Desse modo, embora alguns até pudessem manusear um abacaxi, muito poucos realmente tinham a oportunidade de experimentá-lo. Dizia-se que o rei Carlos II da Inglaterra adorava abacaxis, em parte devido à sua doçura e em parte porque ele se divertia com a forma da fruta, que parece usar uma pequena coroa.
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Por isso, da próxima vez que você comer abacaxi, tenha em mente que essa fruta era um verdadeiro símbolo de riqueza séculos atrás.
Quem diria que a história dos abacaxis na Europa seria tão interessante, não é mesmo? Se você gostou desse post, não se esqueça de compartilhá-lo!
