A menos que você tenha vivido isolado em alguma caverna, já deve saber que os serviços de streaming de música se tornaram a principal forma de consumir os trabalhos de nossos artistas favoritos, tomando conta até mesmo do mercado de vendas físicas de música como CDs e discos de vinil. E, quando se trata de serviços de streaming de música, não podemos deixar de citar o Spotify.
Atualmente, o Spotify domina a indústria do streaming musical, embora enfrente a concorrência cada vez mais forte de serviços como Apple Music, Amazon Music, Deezer, Tidal e YouTube Music. O que cada serviço oferece parece semelhante, então como o Spotify conseguiu derrotar seus concorrentes para manter seu domínio e ganhar dinheiro no processo? Pois bem, é isso o que analisaremos ao longo deste artigo!
Como o Spotify gera receita?
O Spotify tem dois fluxos principais de receita: anúncios e assinaturas. Com mais de 300 milhões de usuários ativos em todo o mundo, é relatado que mais de 90% da receita do Spotify vem de suas assinaturas Premium. A parte restante da receita costuma ser obtida através do dinheiro de anúncios.
Ainda assim, o que é mais interessante nisso tudo é como o Spotify distribui sua receita para artistas, compositores, editoras, gravadoras e outras partes envolvidas no processo criativo. De acordo com o Valor Econômico, o Spotify afirma que atualmente paga a cada artista cerca de US$ 0,00348 pela execução de uma música sua. Para que uma execução seja contabilizada, o usuário deve ouvir a música por pelo menos 30 segundos.
Em seguida, após calcular o dinheiro total ganho por uma música, o Spotify passa a dividir o pagamento na forma de royalties. Após a definição da partilha dos royalties, um valor específico vai para a gravadora, para a distribuidora e, por fim, para o artista.
Vale destacar que é exatamente nessa parte onde as contas ficam complicadas. Na prática, o quanto cada parte recebe varia muito e depende de muitos fatores, incluindo os acordos de pagamento existentes entre uma gravadora e seus produtores, além de quais países a música está sendo transmitida e que tipo de serviço de assinatura o ouvinte está usando para ouvir a canção.
O Spotify está realmente ganhando dinheiro?
De acordo com o Poder 360, o Spotify aumentou seu número de usuários premium em 2021 para 138 milhões, aumentando sua receita em 27% com relação ao ano anterior. Mas, apesar de sua base de assinantes em expansão, um fato curioso é que a plataforma registrou perdas na maioria dos anos financeiros desde seu lançamento em 2006.
A empresa registrou prejuízo líquido de US$ 26,7 milhões em 2009, e o número continuou a subir. Em 2015, a receita total do Spotify ultrapassou US $ 2 bilhões pela primeira vez, mas a empresa ainda sofreu um prejuízo líquido de US$ 197 milhões. Em 2017, o Spotify sofreu um dos maiores prejuízos líquidos em anos, com quase US$ 1,4 bilhão em perda de receita.
Se não dá tanto lucro, então por que os investidores ainda apostam na plataforma?
A resposta é simples: o streaming de música já mudou a forma como apoiamos nossos artistas favoritos e está aqui para ficar. Em setembro de 2020, a Recording Industry Association of America revelou que, no primeiro semestre de 2020, o streaming gerou 85% da receita da indústria musical dos Estados Unidos, enquanto as vendas físicas representaram apenas 7%.
Além disso, o Spotify está investindo em exclusividade para tentar voos mais altos. Em 2020, fechou um acordo de US$ 100 milhões com o nome mais conhecido do mundo dos podcasts, Joe Rogan, para levar seu programa imensamente popular (The Joe Rogan Experience) para a plataforma. Com uma estratégia semelhante, o serviço garantiu os direitos de produção do podcast de Michelle Obama.
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No fim das contas, os investidores sabem muito bem que, apesar do desempenho financeiro abaixo do satisfatório, os serviços de streaming de música como o Spotify ainda são muito procurados. Sendo assim, fica a expectativa de que a indústria só vai crescer cada vez mais nos próximos anos, de modo que esse crescimento poderá ser convertido em lucro no futuro, seja através da velha receita de anúncios/assinaturas ou através de contratos específicos com gravadoras e podcasts.
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