O filme “Megatubarão”, lançado em 2018, gira em torno dos ataques de um tubarão enorme. Embora o tamanho possa ter sido um pouco exagerado para fazer acontecer toda a “mágica do cinema”, a besta do filme é baseada em uma criatura real, uma espécie ancestral de tubarão que algumas pessoas acreditam que ainda possa estar espreitando nas profundezas do oceano até hoje: o megalodon.
Entre documentários amadores e o hype exagerado de Hollywood, recentemente tem surgido muita confusão sobre essa criatura, também conhecida como megalodonte. Ela realmente existiu? Por que foi extinta? A espécie ainda pode estar viva nos dias de hoje?
Ao longo deste artigo, nós vamos tentar esclarecer um pouco desses mistérios!
O que é o megalodon?
Para começar, megalodon é o nome informal usado para designar uma espécie de tubarão cientificamente conhecida como Otodus megalodon. Embora já se acreditasse que esses animais estivessem intimamente relacionados com os tubarões-brancos, os megalodontes ultrapassavam os tubarões-brancos em termos de tamanho, crescendo até 18 metros de comprimento, cerca de 3 vezes o comprimento de uma fêmea de tubarão-branco.
Como muitas outras espécies de tubarão, a maior parte do corpo de um megalodon era composta de cartilagem, que se decompõe facilmente e não se fossiliza. Ainda assim, apesar da nítida falta de material fossilizado, os dentes encontrados podem fornecer informações interessantes sobre essas criaturas.
Por meio de reconstruções e comparações com a estrutura esquelética de outras espécies relacionadas, acredita-se que os megalodontes possuíam 276 dentes serrilhados (que eram continuamente substituídos ao longo de sua vida) e uma mandíbula com até 2 metros de diâmetro! Com base em uma mandíbula tão grande, os especialistas puderam estimar o tamanho geral, o peso e os hábitos predatórios desse gigante.
Embora ainda haja uma certa controvérsia sobre os detalhes desse tubarão gigante, o peso geral estimado para as fêmeas adultas da espécie costuma ser estimado em cerca de 50 a 100 toneladas, tornando-as tão massivas quanto uma baleia-azul, a maior criatura da Terra. Assim como as baleias-azuis, acredita-se que os megalodontes eram animais intercontinentais, o que significa que poderiam ser encontrados em praticamente todos os oceanos do mundo.
Sua dieta provavelmente consistia em baleias e outros grandes tipos de presas, necessárias para satisfazer seu apetite gigantesco. Embora não houvesse predadores naturais para esses caçadores velozes e naturalmente bem equipados, havia competição com outras espécies de tubarões antigos, o que pode ter contribuído para o declínio dos megalodontes à medida que o equilíbrio da população mudou.
Por que os megalodontes foram extintos?
Há uma série de fatores que podem ter levado à extinção do megalodon, que ocorreu há aproximadamente 3 milhões de anos. Como mencionado acima, um aumento gradual nas populações de predadores poderia ter tornado mais difícil para os megalodontes encontrarem alimento suficiente, fazendo com que seu número diminuísse em uma escala global.
No entanto, a maioria dos especialistas concorda que tal processo de extinção pode estar intimamente relacionado a um processo de resfriamento do planeta, ocorrido no final da Era Pliocena, há cerca de 2,5 milhões de anos. Quando o planeta entrou em uma época de climas mais frios, tais mudanças teriam afetado drasticamente a fundação da cadeia alimentar marinha, o que por sua vez pode ter afetado todos os predadores no topo dessa cadeia alimentar.
Registros fósseis mostram que entre 30-40% de todos os grandes animais marinhos foram extintos nessa época, sendo que é provável que os megalodontes tenham sido alguns desses animais que simplesmente não conseguiram sobreviver às mudanças.
Por último, não podemos deixar de citar que um resfriamento global teria resultado em uma queda nos níveis dos oceanos e no resfriamento de viveiros tropicais rasos, onde se acredita que os megalodontes criavam seus filhotes, selando de uma vez por todas o fim da espécie.
Os megalodontes ainda poderiam estar vivos hoje?
Embora algumas pessoas possam sugerir o contrário, a maioria dos cientistas de todo o mundo concorda que os megalodontes estão extintos e provavelmente continuarão assim. Os fatores que levaram à sua extinção duraram centenas de milhares de anos, de modo que a ideia de que qualquer indivíduo tenha persistido por essas eras de condições insustentáveis soa como uma façanha inatingível.
Além disso, sua preferência por águas mais quentes significaria que, caso ainda existissem, eles permaneceriam mais próximos da superfície, o que os tornaria muito mais fáceis de serem identificados com a tecnologia que temos disponível no século 21, como imagens e equipamentos de radar.
Por último, seus apetites massivos ainda precisariam ser saciados, então os humanos provavelmente teriam encontrado presas com marcas indicativas de mordidas, mas nenhuma descoberta desse tipo aconteceu.
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No fim das contas, apesar das hipóteses circunstanciais e das fofocas em nível de tabloide que alguns programas do Discovery Channel veiculam como “provas” da existência contínua do megalodonte, o fato é que esses tubarões enormes parecem ter seguido o mesmo fim dos dinossauros.
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