Os satélites artificiais já foram raros na órbita terrestre baixa, com apenas um punhado deles girando ao redor do planeta no início da Era Espacial na década de 1950. Por outro lado, nos dias atuais, existem milhares de satélites orbitando ao redor da Terra, com ainda mais esperando para se juntar a eles.
Então, para colocar um número exato, quantos satélites estão orbitando a Terra e quantos poderão se juntar a eles em um futuro próximo? E uma vez que todos esses satélites são indispensáveis, que tipos de problemas eles podem causar? Pois bem, são essas as questões que abordaremos neste artigo.
A incrível quantidade de satélites que orbitam a Terra
Depois que a União Soviética lançou o Sputnik, o primeiro satélite feito pelo homem, em 1957, um fluxo constante de satélites entrou na órbita terrestre baixa, com uma média de 10 a 60 deles sendo lançados anualmente até a década de 2010, de acordo com o Space.
Desde então, essa taxa disparou, com mais de 1.300 novos satélites sendo lançados em 2020 e mais de 1.400 satélites lançados em 2021. Com todo esse fluxo de envio de satélites, havia cerca de 7.500 satélites ativos na órbita terrestre em setembro de 2021, de acordo com o Índice de Objetos Espaciais das Nações Unidas.
Vale destacar que esse número continuará a aumentar numa taxa exponencial nas próximas décadas. Isso porque até empresas privadas estão montando suas próprias megaconstelações, cada uma contendo milhares de satélites individuais, que serão usados para desenvolver redes online mais rápidas e fornecer uma série de outros serviços, como monitoramento das mudanças climáticas.
Este aumento no número de satélites está acontecendo agora em grande parte por causa da queda de custos no setor, mas todo esse progresso vem com uma série de novas contrariedades. Na prática, isso causa um problema de gerenciamento de tráfego espacial e interfere até mesmo na observação de estrelas.
Os problemas decorrentes dos milhares de satélites que orbitam a Terra
À medida que mais satélites forem colocados em órbita nas próximas décadas, o número de colisões e subsequentes detritos espaciais provavelmente aumentará. De fato, já existem pelo menos 128 milhões de pedaços de entulho na órbita da Terra. Destes, cerca de 34.000 têm mais de 10 centímetros, de acordo com o Museu de História Natural de Londres, que também indica que haverá ainda mais no futuro.
Detritos espaciais têm o potencial de causar danos significativos a outros satélites, bem como a outras espaçonaves. Em junho de 2021, a Estação Espacial Internacional foi atingida por um pedaço de entulho que perfurou um buraco em um braço robótico. Felizmente, a estação espacial e os astronautas no interior evitaram qualquer dano maior.
Em tese, o grande número de satélites na órbita terrestre poderá levar a uma cadeia descontrolada de colisões que poderá espalhar detritos espaciais a ponto de sermos incapazes de lançar novos foguetes. Essa possibilidade é conhecida como síndrome de Kessler, e muitos astrônomos temem que ela possa impedir a humanidade de se tornar uma espécie multiplanetária se não conseguirmos manter os detritos espaciais sob controle.
Uma palavra final
No futuro, o aumento da atividade dos satélites será claramente visível a partir da Terra. Os objetos de metal poderão servir como espelhos, refletindo a luz de volta para a superfície da Terra, de modo que o número total deles irá alterar drasticamente nossa visão do céu noturno.
Curiosamente, os satélites não interferem apenas na observação amadora de estrelas, mas também nas observações de astrônomos profissionais. Algumas pesquisas astronômicas verão apenas impactos moderados, mas os efeitos em pesquisas de campo amplo podem ser substanciais.
No fim das contas, fica claro que a taxa prevista de satélites sendo colocados na órbita da Terra parece ser insustentável, mas eles nos fornecem serviços importantes, o que nos deixam altamente dependentes deles. Os satélites desempenham um papel importante em nossa cadeia de suprimentos, transações financeiras, monitoramento do clima, comunicações globais e até em operações de busca e resgate.
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Dito isto, é completamente inviável interromper o lançamento de novos satélites, mas realmente precisamos encontrar uma maneira de equilibrar os benefícios com os impactos de todo esse avanço tecnológico.
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