Os videogames são uma das formas de entretenimento mais incompreendidas. Na melhor das hipóteses, parece uma coisa “inútil” a se fazer; na pior das hipóteses, algumas pessoas temem que os jogos sejam socialmente isolantes ou ativamente prejudiciais. No entanto, a verdade é que muitas coisas atribuídas negativamente aos jogos virtuais não passam de mitos.
Existe uma grande lacuna entre a percepção do público sobre os videogames e o que as pesquisas realmente mostram. Os mitos que você vai ver a seguir ajudam a ilustrar isso:
Mito 1: Os videogames nos tornam mais violentos e isolados
Um dos mitos mais antigos sobre videogames é que alguns jogos podem fazer com que os jogadores se tornem mais agressivos no mundo real, mas isso não é verdade. Em um estudo publicado na Molecular Psychiatry, os participantes foram convidados a jogar um jogo considerado violento (Grand Theft Auto V), um jogo não violento (The Sims 3) ou nenhum jogo por um período de dois meses.
Usando uma série de questionários e medidas comportamentais para testar os níveis de agressão, atitudes sexistas e problemas de saúde mental, os autores do estudo descobriram que jogar jogos considerados “violentos” não desempenhou efeitos negativos significativos em nenhuma dessas medidas.
Na mesma linha, uma pesquisa publicada no periódico Royal Society Open Science analisou mais de 2.000 adolescentes no Reino Unido e mostrou que não havia evidências de que jogar jogos tidos como violentos fazia com que os adolescentes se tornassem mais agressivos ou menos sociais.
Obviamente, há quem diga que dois estudos não contam toda a história, mas a imagem emergente da literatura de pesquisas científicas é que os videogames não parecem ter um impacto significativo sobre o comportamento agressivo.
Mito 2: Jogos são prejudiciais porque promovem o vício
No ano de 2018, a Organização Mundial da Saúde incluiu formalmente o “transtorno do jogo” em seu manual de diagnóstico, a Classificação Internacional de Doenças, pela primeira vez. Foi uma decisão que gerou um furioso debate na comunidade acadêmica, visto que os sistemas de verificação usados para determinar se existe um distúrbio desse tipo tendem a ser bastante subjetivos.
Na prática, o fato é que pesquisas sugerem que o suposto “vício em jogos” tem vida curta. Dados que analisaram jogadores ao longo de um período de seis meses mostraram que, daqueles que inicialmente exibiram os critérios de diagnóstico para dependência, nenhum atingiu o limite no final do estudo.
Tenha em mente que isso não quer dizer que não haja nada com que se preocupar. Cada vez mais, particularmente no caso de jogos para celular, mecanismos semelhantes aos de jogos de azar na forma de compras de itens e loot boxes estão sendo usados como fontes de receita. Ainda assim, o que deve ser observado é que o simples ato de sentir prazer em jogar videogame não pode ser automaticamente associado ao vício.
Mito 3: Jogar videogames é um desperdício de tempo
Geralmente, essa afirmação vem de um mal-entendido sobre o poder criativo que os jogos possuem. Na prática, eles nos fornecem a oportunidade de experimentar nosso mundo e outros lugares fantásticos de uma forma que nenhuma outra forma de mídia nem sequer chega perto.
Como a romancista e designer de jogos Naomi Alderman descreveu em um programa de rádio em 2013: “Embora todas as formas de arte possam suscitar emoções poderosas, apenas os jogos podem fazer seu público sentir a emoção de agir. Um romance pode fazer você se sentir triste, mas apenas um jogo pode fazer você se sentir realmente culpado por suas ações”.
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No fim das contas, os videogames nos oferecem um lugar seguro para interrogar e testar as consequências emocionais de nossas ações. Longe de ser uma perda de tempo sem sentido, os jogos nos ajudam a explorar o que significa ser humano, explorar noções de amor e perda e nos permitir viajar para lugares incríveis distantes, tudo dentro do conforto da nossa própria casa.
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