Em 1996, quando a Ucrânia se tornou um país sem armas nucleares, girassóis foram plantados em uma base de mísseis no país para celebrar esta ocasião monumental. Desde então, essas plantas se tornaram o símbolo de um mundo com menos armas nucleares, mas não é só isso! Na verdade, também foi descoberto que o plantio de girassóis em locais de acidentes nucleares pode ajudar a limpar as áreas contaminadas.
Ao longo deste artigo, você vai ficar por dentro das características dos girassóis que explicam como eles têm sido empregados para limpar locais contaminados por desastres nucleares.
A razão pela qual girassóis são plantados em locais de desastres nucleares
A vida surgiu na Terra em meio a níveis de radiação que eram muito mais altos do que as taxas de hoje. As plantas, em resposta, evoluíram de maneiras que lhes permitiam sobreviver em condições tão adversas. Então, não é surpreendente que algumas plantas tenham desenvolvido sistemas capazes de permitir a absorção e remoção de materiais tóxicos e até mesmo radioativos.
No caso dos girassóis, essas plantas têm a capacidade de absorver grandes quantidades de elementos tóxicos em seus tecidos através de um processo chamado fitorremediação; portanto, eles têm sido empregados para limpar locais contaminados por desastres nucleares. Devido a essa capacidade aprimorada de absorção de metais, os girassóis são chamados de “hiperacumuladores”.
O uso de girassóis é bem específico porque nem todas as plantas podem sobreviver após a absorção de tantas toxinas. Na verdade, muitas plantas nem sequer conseguem evitar o envenenamento e morrem. No entanto, a enorme biomassa do girassol e sua capacidade de crescer rapidamente permitem que ele isole os agentes contaminantes e continue crescendo sem grandes problemas.
Vale destacar que certos isótopos nucleares “imitam” os nutrientes que o girassol normalmente absorveria do solo. O césio, por exemplo, imita o potássio, que é essencial para a fotossíntese dos girassóis, enquanto o estrôncio é paralelo à química do cálcio, necessário para o crescimento e desenvolvimento estrutural da planta. Desse modo, enquanto procura por esses nutrientes, a planta absorve prontamente o césio e o estrôncio.
Chernobyl e Fukushima já adotaram os girassóis e tiveram resultados diferentes
Após o desastre da Usina de Chernobyl, na Ucrânia, que liberou mais de 100 elementos radioativos no meio ambiente, girassóis foram plantados em massa para retirar os isótopos radioativos dos locais impactados por precipitação radioativa. O projeto de fitorremediação de Chernobyl nasceu em 1994, quando uma empresa sediada em Nova Jersey plantou girassóis em uma jangada flutuante para absorver os isótopos radioativos da água.
Para Chernobyl, enquanto a descontaminação da água com girassóis apresentou resultados favoráveis, a limpeza do solo não foi tão eficaz. Como os métodos de remediação foram implantados alguns anos após a precipitação, o radiocésio já havia se ligado às partículas do solo, o que dificultou sua extração do chão.
Girassóis também foram plantados no Japão, depois que um poderoso terremoto desencadeou um tsunami que levou a um desastre nuclear na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi em 2013. Esforços para implementar fitorremediação usando girassóis aqui, no entanto, não foram considerados bem-sucedidos, o que pode ser atribuído ao fato de Fukushima ter usado uma variedade de girassol sem capacidade de fitoextração do césio no solo.
Este fracasso teve implicações significativas em destacar a importância dos tipos de plantas necessárias para que a fitorremediação seja viável. Em resumo, a espécie e variedade da planta selecionada deve ser tolerante a altas concentrações do contaminante, além de poder acumular uma quantidade substancial do contaminante alvo em seus tecidos.
Uma palavra final
Embora a remediação de locais de desastres nucleares com girassóis pareça uma abordagem promissora, existem muitas variáveis que afetam a extração de agentes contaminantes pela planta.
Para começar, os girassóis não têm afinidade igual para todos os metais, o que significa que eles nem sempre são capazes de limpar completamente os locais contaminados por si próprios, de modo que muitas vezes devem ser plantados com outros hiperacumuladores com diferentes preferências de metais.
Além disso, a fitorremediação atinge os melhores resultados nos locais onde a profundidade de contaminação é rasa. Outros fatores, como as características dos rejeitos radioativos e a própria concentração de radionuclídeos nos rejeitos, também influenciam o processo.
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Ainda assim, o fato é que desde levantar o ânimo das pessoas até eliminar a toxicidade do solo e da água, o girassol deslumbra com um brilho que merece ser admirado. Com seu potencial de limpar o meio ambiente de agentes contaminantes indesejados, o girassol não é deixa de ser uma simples planta, mas uma fonte que pode abrir espaço para inúmeras possibilidades ligadas ao processo de fitorremediação.
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