Estourar a rolha e brindar com um bom champanhe quando o relógio bater meia-noite na véspera de Ano-Novo é uma tradição em muitos lares ao redor do mundo. Mas por que será que essa bebida é amplamente usada para marcar ocasiões especiais? E qual é o seu significado?
Neste artigo, analisaremos um pouco da história do champanhe e como essa bebida se transformou num verdadeiro ícone das celebrações de eventos especiais.
Uma breve história da origem do champanhe
O vinho borbulhante e de cor clara tem sido historicamente associado ao luxo e às festas das cortes reais e da aristocracia da Europa. Quem explicou isso ao LiveScience foi Kolleen M. Guy, professora associada de história da Universidade do Texas em San Antonio e autora do livro “When Champagne Became French”, publicado pela The Johns Hopkins University Press em 2003.
Segundo Guy, após a Revolução Francesa, o champanhe se tornou parte dos rituais seculares que substituíram os antigos rituais religiosos. Basicamente, você poderia “batizar um navio” sem um padre, por exemplo, usando a “água benta” do champanhe. Por consequência, a bebida passou a ser muito apreciada em casamentos, batizados e outros eventos religiosos.
O champanhe foi originalmente produzido na Inglaterra, onde a tecnologia para engarrafar e rolhar bebidas contendo dióxido de carbono foi desenvolvida na última parte dos anos 1500. Em 1662, o cientista Christopher Merret relatou à Royal Society de Londres (instituição destinada à promoção do conhecimento científico) que a adição de açúcar à bebida “promovia a efervescência”, emprestando ao champanhe seu brilho característico.
No entanto, determinar a quantidade certa de açúcar necessária e evitar explosões de garrafas levou quase um século para os químicos aperfeiçoarem. Ainda assim, quando foi finalmente desenvolvida, a versão doce tornou-se moda em Paris entre os ricos, enquanto os ingleses preferiam o champanhe seco.
A consagração do champanhe como objeto de celebração
A tradição de beber champanhe para marcar as comemorações teve origem nas cortes reais da Europa antes de 1789, onde a bebida cara era vista como um símbolo de status. A realeza da época simplesmente adorava a bebida da linha brilhante. Curiosamente, dizia-se que ela tinha efeitos positivos na beleza das mulheres e na “sagacidade” dos homens.
Esse vinho branco espumante veio a se tornar um fenômeno mundial de bebida no final do século XIX, de acordo com Guy. Hoje, ele é frequentemente usado para comemorar ocasiões alegres, desde a quebra de garrafas contra um navio antes de sua viagem inaugural até o lançamento de taças de champanhe no chão em casamentos russos.
Uma palavra final
É interessante pensar que, em uma sociedade secular, queremos marcar tanto a alegria quanto a santidade da ocasião. De certa maneira, o champanhe faz isso não apenas simbolicamente, mas também visualmente, pois transborda em abundância e alegria.
Apenas o ato de abrir uma garrafa de champanhe é suficiente para marcar uma celebração e, em alguns casos, a bebida borbulhante nem é consumida durante as festividades, por mais contraproducente que isso possa parecer.
Leia Também: Por que feijão causa gases?
Leia Também: Onde os mosquitos ficam durante o dia?
Vale destacar que muitos atletas e pilotos de carros de corrida recebem champanhe, mas acabam não bebendo. Na prática, isso mostra que essa bebida é importante em termos simbólicos, não somente do ponto de vista gustativo.
Muito interessante, não é mesmo? Se você gostou deste post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉