As pérolas têm sido vistas como símbolos de elegância e classe há séculos, sendo que os marajás da Índia e as rainhas europeias adornavam-se com pérolas para demonstrar seu prestígio. A pérola mais cara já vendida foi o pingente de Maria Antonieta, arrecadando a incrível cifra de 32 milhões de euros em um leilão realizado em 2018. Mas, afinal de contas, o que torna as pérolas tão caras?
Ao longo deste artigo, você vai descobrir o que há por trás das pérolas que as tornam incrivelmente valiosas.
Pérolas são valiosas porque são difíceis de obter
As pérolas naturais tendem a ser muito valiosas porque são difíceis de obter. Na verdade, as pérolas surgem como uma forma encontrada por certos moluscos e ostras de lidar com algum agente irritante que tomou posse de sua concha.
Para garantir a proteção contra esse agente intrometido, que pode ser até mesmo um pequeno organismo, a ostra ou mexilhão começa a revestir o intruso com nácar, que é o mesmo material brilhante encontrado no interior de sua concha. Ao lançar camadas consistentes de nácar em torno do organismo intruso, a ostra (ou molusco) produz as pérolas como conhecemos.
Vale destacar que dos mais de 20 mil tipos diferentes de animais que contam com um corpo protegido por uma concha, apenas uma pequena fração deles pode produzir pérolas. Ou seja, só esse detalhe por si só já ajuda a explicar por que as pérolas são tão valiosas.
Também é importante deixar claro que as pérolas naturais são diferentes das pérolas cultivadas devido à maneira como o agente irritante é introduzido. Uma pérola natural é formada quando o agente irritante se apossa de uma ostra naturalmente, enquanto uma pérola cultivada é produzida quando o agente irritante é plantado intencionalmente na ostra por um ser humano.
Diferenciando uma pérola natural de uma pérola cultivada
Embora pareça ser um processo simples, até mesmo os gemólogos devidamente treinados podem enfrentar certas dificuldades em distinguir as diferenças sutis entre uma pérola natural e uma pérola cultivada sem a ajuda de equipamentos específicos, como um aparelho de raio-x.
Durante o processo de análise, os especialistas costumam levar em consideração o fato de que uma pérola cultivada tende a se apresentar de uma maneira um pouco diferente. Na prática, máquinas de raios X específicas podem mostrar uma pérola cultivada como tendo um grande centro (uma espécie de vestígio da intervenção humana) e uma camada mais fina de nácar ao seu redor.
Geralmente, as pérolas cultivadas são originárias de três tipos de ostras: a Pinctada fucata, que produz as Pérolas Akoya, popularizadas pela empresa de luxo Mikimoto; a Pinctada maxima, que produz as maiores e mais brilhantes pérolas do setor, sendo valorizadas pelos colecionadores de joias como Pérolas do Mar do Sul; e a Pinctada margaritifera, que produz a Pérola Negra do Taiti, também muito valorizada.
Vale mencionar que todas as três ostras que foram citadas vivem em água salgada e geralmente são capazes de produzir uma pérola de cada vez. De fato, o tamanho da pérola costuma estar relacionado ao tamanho do molusco em questão.
Uma palavra final
Hoje, a maioria das pérolas vendidas são cultivadas, mas o simples ato de cultivá-las é uma tarefa complexa que pode levar até dois anos. Além disso, os resultados variam por uma grande margem, em parte por conta do tipo de molusco escolhido para o cultivo. Um detalhe interessante dessa variação é o tamanho, pois quanto maior a pérola, mais valiosa ela tende a ser, assim como qualquer outra joia.
Outra consideração importante é a cor. Nesse sentido, é importante mencionar que a principal razão por trás da diferença de cor das pérolas tem a ver com as espécies do molusco em questão. No caso da pérola cultivada, como há um tecido doador usado a partir de outro molusco vivo, a cor desse tecido pode influenciar a cor da pérola cultivada.
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Com todas essas considerações em mente, acho que nem é exagero chamar a criação de pérolas de arte. De certo modo, essa tarefa pode se tornar ainda mais complicada pelos processos pra lá de complexos que buscam prever o que ocorre dentro de um animal vivo.
Muito interessante, não é mesmo? Se você gostou deste post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉