Você provavelmente já ouviu o termo “radioatividade” várias vezes em sua vida. Da mesma forma, você já deve ter notado que a percepção geral da palavra “radioativo” é bastante desagradável, a menos que você seja uma daquelas pessoas que acredita totalmente nos benefícios ficcionais de ser picado por uma aranha radioativa ou de ser exposto a uma radiação poderosa.
O problema é que, apesar de ser consistentemente retratada na mídia e na cultura popular, muitas pessoas não sabem realmente do que se trata a radioatividade como fenômeno. Pensando nisso, nós do Zona Curiosa resolvemos abordar o básico para tentar explicar o que é necessário para algo ser radioativo.
É importante deixar claro que a radioatividade como ideia é verdadeiramente imensa. Portanto, explicar tudo isso em um único post é quase o mesmo que escalar o Monte Everest em uma hora, ou seja, impossível.
Então, tenha em mente que o texto a seguir trata apenas de um segmento muito específico do conceito gigantesco que a radioatividade realmente é.
O que é radioatividade?
Esse termo pode soar um tanto técnico e até invocar um sentimento negativo em alguns, mas é bastante simples de entender. Basicamente, radioatividade é o processo pelo qual o núcleo de um átomo instável se transforma em estável ao mesmo tempo que libera energia na forma de radiação.
Alguns outros termos, como decadência nuclear ou decadência radioativa, também significam a mesma coisa e, portanto, são usados alternadamente. No geral, diz-se que um material é considerado radioativo se ele emitir espontaneamente esse tipo de radiação ionizante.
Ao contrário da crença popular, a presença de materiais radioativos não se limita apenas a laboratórios químicos de alta tecnologia; em vez disso, a radioatividade faz parte do planeta Terra e existe desde seu nascimento. De fato, materiais radioativos podem ser encontrados naturalmente na crosta terrestre, rochas, solo, água do oceano, etc.
Além disso, a radiação também está presente em nossos edifícios, paredes e pisos; até mesmo nossos próprios corpos hospedam certos elementos radioativos que ocorrem naturalmente. Ou seja, acho que já está mais que claro que nunca se pode estar em um ambiente totalmente “livre de radioatividade”.
A radioatividade em elementos, átomos e partículas subatômicas
Tudo ao seu redor e tudo o que existe no universo é composto de uma combinação de diferentes substâncias básicas que os cientistas costumam chamar de “elementos químicos”. Até o presente momento, existem 118 elementos conhecidos pelos seres humanos, sendo que 94 ocorrem naturalmente na Terra e os 24 restantes são sintéticos, ou seja, foram criados pelo homem em algum momento da história recente.
Os elementos são feitos de partículas extremamente minúsculas conhecidas como átomos (você deve ter lido sobre isso nas aulas de ciências do ensino médio). Os átomos são compostos de três partículas subatômicas principais: elétrons, prótons e nêutrons. Destas três, as duas últimas partículas ficam dentro do núcleo do átomo.
Se um átomo é radioativo ou não, depende inteiramente de sua estabilidade. A estabilidade, no contexto dos núcleos atômicos, diz respeito ao equilíbrio das forças internas entre as partículas.
Para entender melhor, tenha em mente que há um determinado número de prótons e nêutrons em um núcleo que, em condições normais, coexiste sem perder energia. Consequentemente, esse átomo é considerado estável. Em outras palavras, você pode dizer que um átomo “estável” é aquele que está “satisfeito” com sua energia interna atual.
Então, o que torna algo radioativo?
A coisa toda fica interessante pelo fato de que existem certos átomos que têm muitos ou poucos nêutrons ou prótons em seus núcleos. Na prática, isso resulta em um desequilíbrio entre as forças que os mantêm unidos, o que leva a um excesso de energia interna. Esses átomos são considerados “instáveis” ou “radioativos”.
Em uma tentativa de atingir a estabilidade, esses átomos lançam prótons ou nêutrons para reduzir sua massa, que são convertidos em energia e são emitidos na forma de radiação ionizante (como radiação alfa, beta e gama). Desse modo, a exposição prolongada a este tipo de radiação é prejudicial.
Uma vez que um núcleo radioativo se livra do excesso de massa na forma de radiação ionizante, ele se transforma em um nuclídeo diferente (uma versão estável do núcleo caracterizado por um número específico de prótons e nêutrons) e atinge a estabilidade. Assim, a emissão de radiação ionizante continua até que não haja mais um desequilíbrio entre as forças internas do núcleo em um processo denominado decaimento radioativo.
A radiação ionizante, em resumo, é apenas uma “parte” de um átomo que voa em alta velocidade. As maiores peças desses pedaços são partículas alfa, que são semelhantes a balas de canhão, pois são grandes e pesadas ao ponto de causar danos significativos a qualquer superfície que atingem.
Em seguida, vêm as partículas beta, que são semelhantes a balas. Eles são menores, mas mais rápidas do que as partículas alfa e causam menos danos. A terceira categoria são as partículas gama, que são como lasers. Elas não pesam nada e são as mais difíceis de parar.
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Por conta de tudo isso, podemos dizer que, basicamente, a radiação é emitida quando um átomo instável decai para se tornar mais estável.
A radioatividade é muito intrigante, não é mesmo? Se você gostou desse post, não se esqueça de compartilhá-lo!