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De certo modo, é perceptível que vivemos uma época de críticas, desvalorizações e insultos gratuitos por parte de pessoas que gostam de ofender as outras. De fato, parece que as redes sociais são um terreno fértil para esse tipo de comportamento ofensivo.
Embora seja verdade que pessoas que insultam os outros sempre existiram e continuarão a existir, parece que elas proliferaram ainda mais nos últimos anos. Então, será que há uma causa por trás disso?
A psicologia agora está demonstrando grande interesse em tentar compreender o que há por trás do abuso verbal, afinal, ofender alguém não é uma flecha disparada no ar que simplesmente cai no chão. Na verdade, um insulto fere psicologicamente, humilha, ridiculariza, denigre e reforça muitos preconceitos e estereótipos.
Ofender pode ser uma forma herdada de comunicação ou demonstração de poder
De um modo geral, muitas pessoas usam insultos devido ao mero condicionamento social e padrões de comportamento que herdaram ao longo da vida, especialmente durante a infância. De fato, isso é especialmente visto entre aqueles que cresceram em ambientes onde crítica, humilhação e desvalorização eram comuns.
Mais cedo ou mais tarde na vida, eles repetem a mesma coisa a que foram expostos antes. Desse modo, com esse tipo de comunicação, eles estão na verdade se livrando de toda a frustração e dor que acumularam durante a infância devido ao mesmo comportamento.
Além disso, há também a questão da demonstração de poder. A Universidade de Bath (Inglaterra) conduziu uma pesquisa que nos mostra que as pessoas que insultam com frequência tendem a colonizar ambientes organizacionais. Na verdade, o ato de ofender através da comunicação violenta busca ter status e desempenhar uma forma de exercer algum poder sobre os outros.
De certo modo, é isso que muitas dessas figuras buscam: criar uma hierarquia na qual possam se posicionar acima das demais por meio de críticas, humilhações, insultos camuflados, entre outras coisas.
Insultos podem indicar uma personalidade narcisista
De um modo geral, as pessoas narcisistas precisam se exaltar em qualquer situação e, para isso, não hesitam em explorar e ofender os outros. Essas pessoas costumam ser arrogantes, invejosas e agressivas, além de estar prontas para atacar quando percebem que seu valor ou posição são questionados.
Vale destacar que, entre as pessoas que insultam constantemente, os narcisistas grandiosos são os mais comuns. Normalmente, eles escolhem dois tipos de insultos muito específicos: os que se referem à inutilidade e os que se referem à estupidez. A partir disso, eles usam esses recursos ofensivos para criticar pessoas que consideram ingênuas e sem intelecto ou estúpidas e ineptas.
Curiosamente, algumas pessoas que ofendem não gostam de ofender
Embora possa ser difícil de acreditar (e entender), existem pessoas que insultam e que, na realidade, não querem fazer isso. Na verdade, essas pessoas simplesmente não conseguem se controlar e acabam liberando um comportamento compulsivo e involuntário de pronunciar palavras obscenas, insultos e expressões socialmente inadequadas.
A coprolalia, uma característica da síndrome de Tourette, é um bom exemplo disso. Na prática, este é um distúrbio caracterizado por movimentos repetitivos e inesperados, sons estranhos e, em alguns casos, comunicação violenta. Esta condição neuropsiquiátrica é extremamente complexa e também incapacitante para que a possui.
Com isso em mente, podemos perceber que há toda uma gama de diferentes personalidades, traços e personagens por trás do abuso verbal. Não é fácil viver em uma sociedade onde os insultos são amplamente tolerados, principalmente nas redes sociais, especialmente quando existem tantas outras maneiras de se comunicar sem recorrer à ofensa.
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Ainda assim, sejamos justos, quem faz uso de insultos revela muito sobre si mesmo. De um modo geral, é através dessas ações que muitas pessoas exibem sua intolerância recalcitrante, frustração infantil, falta de boas maneiras e ausência de empatia.
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