O que é lixo radioativo e como é feito o seu descarte?

Algumas profecias predizem a destruição do mundo como resultado de uma guerra nuclear, mas é interessante pensarmos que usamos a energia nuclear para gerar eletricidade. Entretanto, como ocorre em qualquer outra indústria, as usinas nucleares também produzem rejeitos, os quais são comumente chamados de lixo radioativo.

O descarte de lixo radioativo deve ser feito de forma responsável para evitar vazamento de radiação no meio ambiente, mas esse processo costuma ser mais complexo do que parece.

O que é lixo radioativo?

Qualquer atividade que use material que produz radiação irá gerar algum lixo radioativo, então os rejeitos provenientes de uma usina nuclear não são nenhuma surpresa. Com base no nível de radioatividade, existem três categorias de resíduos: resíduos de nível baixo, intermediário e alto. Os resíduos nucleares geralmente se referem ao combustível que foi usado no reator.

A substituição do combustível nuclear ocorre a cada 12-18 meses para manter o desempenho eficiente do reator. Este combustível irradiado é um resíduo radioativo de alto nível, pois é quente e altamente radioativo. Os resíduos de alto nível feitos de combustível irradiado representam 3% do total de resíduos radioativos, mas são responsáveis por 95% da radioatividade total.

Por outro lado, os resíduos de baixo nível constituem 90% dos resíduos radioativos na Terra, mas são responsáveis por apenas 1% da radioatividade total. Roupas de trabalho e ferramentas usadas em usinas nucleares são comumente consideradas lixo radioativo de baixo nível.

Para onde vai o lixo radioativo?

O lixo radioativo não é algo que pode ser despejado em aterros como outros produtos residuais. Esse tipo de resíduo precisa passar por um tratamento adequado para ser embalado em seguida e, por fim, ficar armazenado em locais específicos por um período determinado, até que sua radiação tenha fim e não ofereça mais riscos. Este período não é fixo e, portanto, varia de um lixo para outro.

Os rejeitos de usinas nucleares, por exemplo, são colocados em recipientes especiais e descartados em locais com revestimento de concreto, devendo permanecer confinados por um período que geralmente varia de 50 a 300 anos.

Vale destacar que o descarte feito em cavernas é necessário para o lixo com alta atividade nuclear, como combustíveis de reatores, os quais precisam ficar completamente isolados. Na maioria dos casos, essas cavernas são construídas especialmente para este fim e possuem cerca de 800 metros de profundidade.

Para a etapa final, o descarte geológico seguro é realizado com várias camadas de barreiras. Os resíduos são fechados e colocados em túneis escavados no subsolo. Por último, camadas de pedras e argila selam os recipientes no lugar correto, imobilizando os elementos radioativos e mantendo-os isolados da atmosfera.

Existe alguma forma de evitar a produção de resíduos nas usinas nucleares?

Praticamente todas as usinas nucleares ao redor do mundo usam a fissão nuclear para gerar energia. A fissão gera núcleos instáveis, que permanecem radioativos por milhares de anos, mas isso promove a formação de lixo nuclear. Por conta disso, ainda não há um método viável para eliminar por completo a produção de resíduos nucleares.

Ainda assim é possível minimizar o volume de resíduos que requerem gerenciamento por meio de processos de tratamento. Da mesma forma, é importante reduzir o risco potencial dos resíduos, acondicionando-os em uma forma sólida estável que os imobiliza e fornece contenção adequada.

Leia Também: Tem problema colocar comida quente na geladeira?
Leia Também: Qual a diferença entre as azeitonas verdes e as pretas?

No fim das contas, todos os resíduos tóxicos precisam ser tratados com segurança, não apenas o lixo radioativo. Curiosamente, até mesmo em países que contam com usinas nucleares, os resíduos radioativos representam uma proporção muito pequena do total de resíduos industriais perigosos gerados.

Muito interessante, não é mesmo? Se você gostou deste post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉