Fósseis e outras evidências revelam que a Terra foi dominada pelos dinossauros por pelo menos 230 milhões de anos. No entanto, a forma como esses animais foram dizimados do planeta ainda permanece rodeada de controvérsias.
O evento de extinção do Cretáceo-Paleógeno é o nome dado à morte em massa dos dinossauros e outras espécies que ocorreu cerca de 65,5 milhões de anos atrás. Por muitos anos, os paleontólogos acreditaram que este evento foi causado por mudanças climáticas e geológicas que interromperam o suprimento de alimentos dessas criaturas, mas outras linhas de pensamento surgiram desde então.
Na década de 1980, os cientistas Luis e Walter Alvarez, respectivamente pai e filho, descobriram uma camada de irídio (um elemento encontrado em abundância apenas no espaço) que correspondia exatamente à época que os dinossauros morreram. Na prática, isso sugere que o impacto de um cometa, asteroide ou meteoro com a Terra pode ter causado a extinção dos dinossauros.
Na década de 1990, os cientistas localizaram a enorme cratera Chicxulub, na ponta da península mexicana de Yucatán, que data do período em questão. Ainda assim, como veremos ao longo desse artigo, há alguns detalhes que precisam ser explicados.
As teorias por trás da extinção dos dinossauros
Ao longo dos anos, paleontólogos propuseram várias teorias para essa extinção em massa. Uma das primeiras teorias dizia que pequenos mamíferos comiam ovos de dinossauros, o que poderia ter reduzido a população dos dinossauros até que sua reprodução se tornasse insustentável. Outra teoria dizia que os corpos dos dinossauros se tornaram grandes demais para serem operados por seus cérebros pequenos.
Alguns cientistas também costumavam acreditar que uma grande praga dizimou a população de dinossauros e depois se espalhou para os animais que se banqueteavam com suas carcaças. Além disso, a fome era outra possibilidade, pois grandes dinossauros exigiam grandes quantidades de comida e poderiam ter desnudado toda a vegetação em seu habitat.
O grande problema é que muitas dessas teorias foram facilmente descartadas. Se os cérebros dos dinossauros fossem muito pequenos para serem adaptáveis, por exemplo, esses seres não teriam dominado o planeta por milhões de anos. Além disso, as plantas não têm cérebro e nem sofrem das mesmas doenças que os animais, portanto, sua extinção simultânea torna essas teorias menos plausíveis.
Por muitos anos, as mudanças climáticas também foram consideradas a explicação mais confiável para a morte dos dinossauros. No entanto, muitos pesquisadores acreditam que as mudanças climáticas teriam levado dezenas de milhares de anos para ocorrer, dando aos dinossauros (pelo menos alguns deles) tempo suficiente para se adaptarem.
A teoria da extinção dos dinossauros por um evento astronômico
Em 1956, o astrônomo russo Joseph Shklovsky se tornou o primeiro cientista a considerar a extinção dos dinossauros devido a um único evento catastrófico ao teorizar que uma supernova (a explosão de uma estrela) banhou a Terra com uma radiação que poderia ter matado os dinossauros. Mais uma vez, o problema com a teoria era explicar por que os dinossauros morreram e outras espécies não.
Anos mais tarde, o físico Luis Alvarez e seu filho, o geólogo Walter Alvarez, estavam conduzindo pesquisas na Itália quando descobriram uma camada de argila enriquecida com irídio que tinha centímetros de espessura. O irídio é raro na Terra, mas abundante no espaço, o que levantou a hipótese de que a fina camada de irídio foi depositada após o impacto de um grande meteoro, cometa ou asteroide com a Terra.
Dito isto, essa teoria levantou a hipótese de que este impacto poderia ter causado a extinção dos dinossauros. Na época, a teoria de Alvarez não estava muito distante das hipóteses dominantes que foram ridicularizadas. Lentamente, porém, outros cientistas começaram a encontrar evidências de irídio em vários lugares ao redor do globo que corroboravam a teoria de Alvarez.
Tempos depois, em 1991, uma enorme cratera de meteoro foi descoberta na borda da Península de Yucatán, estendendo-se até o Golfo do México. Eventualmente, a camada de irídio mais a cratera Chicxulub se tornaram evidências suficientes para convencer muitos cientistas de que a teoria do impacto do bólido era confiável, pois ela explicava muito do que as teorias anteriores não podiam. Consequentemente, esta teoria se tornou a mais aceita no meio científico.
Ainda uma teoria
A paleontologia continua sendo um campo de estudo bastante complexo e isso pode ser facilmente notado quando o assunto é a extinção dos dinossauros. Embora seu mistério central pareça ter sido finalmente resolvido, a aceitação da teoria do meteoro causador da extinção dos dinossauros está longe de ser unânime, pois os fósseis que continuam a ser encontrados somente aumentam o conhecimento sobre como os dinossauros viveram.
No fim das contas, o fato é que ainda há muito a ser estudado sobre esse assunto. Apenas recentemente os pássaros foram identificados como descendentes dos dinossauros, sem falar que as teorias sobre a inteligência e o comportamento dos dinossauros continuam mudando. Até mesmo teses há muito tempo estabelecidas, como o sangue frio dos dinossauros, estão abertas para debate.
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Ainda assim, a teoria corroborada pela cratera domina o centro de discussões. Dito isto, somente a pesquisa contínua dos cientistas ajudará a pintar uma imagem mais detalhada desse planeta que vive em constante mudança e evolução.
A extinção dos dinossauros continua sendo um tema de amplo debate, não é mesmo? Se você gostou desse post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉