Seu cérebro contém muitas informações preciosas e certamente é capaz de realizar grandes feitos, mas ainda assim existe algo que não está entre seus pontos fortes: a segurança da memória. De fato, qualquer pessoa com o conhecimento adequado pode implantar falsas memórias para seu próprio benefício.
Parece confuso? Bem, ao longo deste artigo, você vai descobrir que, para implantar uma falsa memória, é preciso fazer com que a pessoa confunda imaginação com memória, e o segredo para alcançar isso é fazer com que a pessoa imagine a situação repetidas vezes.
Implantar memórias falsas realmente funciona?
De acordo com uma entrevista do Psychology Today com a Dra. Elizabeth Loftus, uma psicóloga da Universidade da Califórnia, implantar uma memória ou história falsa no cérebro de outra pessoa tem tudo a ver com a maneira como você a conta. Em seus anos de pesquisa, Loftus trabalhou para entender como as memórias podem mudar no cérebro de outras pessoas e obteve perspectivas interessantes.
Em um experimento, Loftus testou a credibilidade de relatos de testemunhas oculares em acidentes de carro. Quando os participantes do estudo foram solicitados a contar exatamente o que viram acontecer, eles ofereceram detalhes da melhor maneira que puderam, alguns mencionando fatos mais vagos e outros mais específicos.
Por outro lado, quando Loftus incitou esses mesmos indivíduos, perguntando se eles viram “um” farol quebrado ou “o” farol quebrado em um dos veículos envolvidos, aqueles que ouviram a palavra “o” mudaram sua história, admitindo que se lembravam “do” farol quebrado, mesmo quando a ocorrência em questão não contava com nenhum farol avariado.
Em outro experimento, Loftus pediu aos participantes do estudo que compartilhassem memórias de infância. Mais uma vez, quando a psicóloga incitou seus participantes a se lembrarem de eventos que nunca ocorreram, os indivíduos responderam concordando com uma versão alterada de suas próprias memórias.
Todo o trabalho de Loftus mostra que não apenas nossas mentes são suscetíveis a um simples “hack de memória”, como também implantar uma história na mente de outras pessoas pode levá-las a construir histórias novas e alteradas, substituindo tudo o que elas realmente acreditavam lembrar.
Como realmente implantar memórias falsas em alguém?
O cientista Carl Sagan argumentava que implantar falsas memórias nas pessoas não só é possível, mas muito fácil. O primeiro passo é selecionar uma pessoa que, em sua avaliação, seja naturalmente “sujeita a manipulações”. Preferencialmente, você deve conhecer essa pessoa há pelo menos cinco anos e ter compartilhado experiências com ela, pois isso aumentará sua credibilidade e, portanto, suas chances de sucesso.
Uma vez que você tenha seu alvo escolhido, a próxima etapa, e possivelmente a mais complicada, é fabricar uma memória. Para uma chance maior de sucesso, a falsa memória deve ter “ocorrido” há pelo menos um ano, não ser excessivamente complexa e não ser algo capaz de gerar fortes sentimentos de emoção.
Com a memória e o alvo selecionados, sua terceira tarefa é se preparar. Para tal, você vai precisar formular alguns detalhes narrativos em torno da falsa memória. Neste caso, seja o mais específico possível: Que roupa essa pessoa estava vestindo? Quais foram as circunstâncias que levaram ao evento? Qual era o cenário? Quem estava lá?
A partir disso, você pode, por exemplo, inventar uma cena em um bar onde comprou uma infinidade de bebidas para seu amigo e ele nunca “retribuiu a gentileza”. Dessa forma, se você for bem-sucedido, receberá algum bebidas ou até dinheiro com o negócio.
Não seria imoral fazer algo assim?
Como Loftus argumenta, existem maneiras de usar a implantação de falsas memórias para o bem. Por exemplo, alguns pais podem implantar memórias falsas para impedir que seus filhos tomem muito sorvete, afirmando que os pequenos ficavam muito doentes cada vez que ingeriam a guloseima. Com o tempo, as crianças poderão desenvolver uma certa aversão ao sorvete.
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No fim das contas, a ideia é que, em vez de hackear seus cérebros para conseguir o que deseja, tente implantar falsas memórias em pessoas somente para promover um benefício para todos os envolvidos.
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