Desde a sua introdução na Copa do Mundo de 1970, os cartões amarelo e vermelho se tornaram uma das poucas coisas que praticamente não sofreram quaisquer alterações no futebol. O seu uso é estritamente descrito no livro de regras da FIFA como uma forma de punir o jogador que cometer infrações médias e graves, desde comportamento antidesportivo à violação persistente das regras do jogo.
Ainda assim, você já parou para pensar em como tudo isso começou? Pois bem, é exatamente isso o que vamos explorar ao longo deste post!
Como surgiram os cartões no futebol
Os cartões no futebol surgiram através de uma ideia desenvolvida pelo britânico Ken Aston (1915-2001), um dos árbitros mais respeitados do esporte que atuou no Comitê de Árbitros da FIFA de 1966 a 1972.
Em 1966, Aston já pensava em como seria possível desenvolver algo que pudesse ajudar no gerenciamento de momentos controversos durante uma partida. A necessidade de criar alguma coisa desse tipo ficou ainda mais evidente durante um jogo entre Inglaterra e Argentina, que foi tão violento que, após o término, a equipe sul-americana até tentou invadir o vestiário inglês.
Ao dirigir para casa após o jogo, Aston parou em um semáforo e pensou em usar as cores do sinal como inspiração para a criação dos cartões. Quando ele viu o sinal amarelo antes do semáforo fechar, ele pensou que aquela cor poderia servir como uma advertência ao jogador que havia cometido uma infração mais séria que o comum, mas não gravíssima, pois uma infração desse tipo poderia ser sinalizada com um cartão vermelho.
É importante deixar claro que o cartão vermelho, assim como o cartão amarelo, também passou a ser usado na copa de 70, mas a expulsão já existia nas regras do futebol mesmo com a ausência de um cartão específico até então.
A padronização dos cartões no futebol
Surpreendentemente, é difícil encontrar informações sobre os padrões oficiais para a produção dos cartões usados nas partidas de futebol. A maioria dos cartões disponíveis comercialmente costuma medir cerca de 7,62 cm por 10,16 cm, mas também é bastante comum encontrar versões com números arredondados, como 6 cm por 12 cm.
Até mesmo a tonalidade exata da cor amarela e vermelha usada nesses cartões não segue à risca um padrão oficial, embora perceba-se que os fabricantes desses materiais prefiram usar tons mais brilhantes e chamativos como uma forma de permitir a fácil visualização pelo jogador prestes a ser punido.
Uma palavra final
Um fato interessante é que a ideia de Aston deu tão certo que os cartões passaram a ser usados para indicar advertências e penalidades não apenas no futebol, mas em vários outros esportes, incluindo esgrima, vôlei e polo aquático.
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Curiosamente, o termo “cartão vermelho” tornou-se até mesmo uma expressão dirigida a alguém como reprovação ou negação. Por exemplo, a Organização Mundial do Trabalho das Nações Unidas, durante a Copa das Nações Africanas de 2002, lançou uma campanha intitulada “Cartão Vermelho ao Trabalho Infantil“, de forma a sensibilizar as pessoas para a reprovação do trabalho infantil.
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