A primeira impressão é realmente a que fica?

Quem criou o ditado que diz que “a primeira impressão é a que fica” era um verdadeiro gênio ou um grande tolo. Você já conheceu alguém e imediatamente gostou dela? Mas, com o passar do tempo, percebeu que essa pessoa não era realmente “seu tipo” e começou a se distanciar dela?

Então, se isso já aconteceu com todos nós, como as primeiras impressões podem ser realmente as últimas (ou as mais importantes)? Bem, na prática, o fato é que essas impressões costumam ser feitas em uma fração de segundos e podem durar algum tempo, mas há muitos outros fatores em jogo, como veremos ao longo deste artigo.

A ciência por trás da primeira impressão

A primeira impressão é definida como um julgamento que os humanos tendem a formar em relação aos outros quando se encontram pela primeira vez. De um modo geral, formamos esses julgamentos com base nas características físicas (uma pessoa com roupas elegantes é imediatamente considerada “melhor” do que uma pessoa com roupas rasgadas), assim como nas características psicológicas (uma pessoa pode pensar que homens barbudos são mais “perigosos” do que os sem barba).

Quer tenha uma entrevista de emprego marcada ou um encontro às cegas agendado, qualquer pessoa sempre vai querer ser eficaz quando se trata de causar uma boa primeira impressão. Curiosamente, através de uma análise científica, os psicólogos Janine Willis e Alexander Todorov, da Universidade de Princeton, foram além e investigaram o quão rápidas essas primeiras impressões realmente são.

Ao longo do estudo, eles expuseram os participantes a fotografias de rostos desconhecidos por 100 milissegundos, 500 milissegundos ou 1.000 milissegundos, e foram imediatamente solicitados a julgar os rostos por certos traços como competência, confiabilidade e atratividade.

Os experimentos revelaram inicialmente que houve uma mudança insignificante no julgamento após o primeiro décimo de segundo. Além disso, eles revelaram uma alta correlação entre os julgamentos feitos após a exposição mais breve com aqueles após a exposição mais longa. A partir disso, eles concluíram que leva apenas 1/10 de segundo para formar aquilo que chamados de “primeira impressão”.

As quatro pistas que formam a base das primeiras impressões

A psicóloga Leslie Zebrowitz, da Brandeis University, estudou as informações físicas que usamos para julgar outras pessoas. Através de sua análise, ela determinou a existência de quatro pistas, que são:

Rosto de bebê: Quanto mais se tem um rosto de bebê, mais simétrico ele é. Por outro lado, se o rosto de alguém diverge mais da proporcionalidade e simetria, ele é considerado pouco atraente, pois simetria facial e proporcionalidade significam diversidade genética e a capacidade do sistema imunológico de combater doenças.

Familiaridade: Os humanos tendem a julgar as pessoas com base na familiaridade com um rosto já conhecido e o tipo de relações que compartilham com eles em sua vida.

Boa forma: Pessoas saudáveis ​​geralmente parecem atraentes, mas as pessoas não saudáveis, por outro lado, parecem pouco atraentes e tendemos a manter distância delas, por medo natural de “pegar sua doença”, seja ela infecciosa ou não. Obviamente, trata-se de uma abordagem eticamente muito preconceituosa, mas a verdade é que fazemos isso mesmo sem pensar, ou seja, de forma instintiva.

Semelhança emocional: Tendemos a ler as expressões emocionais de uma pessoa e avaliá-las com base nisso. No entanto, algumas pessoas têm características faciais que se assemelham a expressões emocionais. Por exemplo, pessoas com sobrancelhas baixas podem parecer zangadas, mesmo quando não estão. Da mesma forma, aquelas cujas bocas estão voltadas para cima nos cantos parecem estar mais felizes, não importa como realmente se sintam.

Tá, mas quão precisa é a primeira impressão?

Através de estudos, foi demonstrado que as primeiras impressões duram meses e afetam as conclusões que tiramos com relação ao modo de agir e viver um indivíduo, mesmo na presença de indicações conflitantes sobre o indivíduo. Portanto, as primeiras impressões podem não ser tão precisas quanto você pensa.

No entanto, os pesquisadores descobriram que uma primeira impressão mais precisa aumenta a probabilidade de um relacionamento duradouro. Desse modo, as esposas que tiveram impressões mais precisas de seus maridos desde os primeiros encontros podem experimentar melhores resultados de relacionamento a longo prazo, por exemplo.

Impressões precisas promovem um sentimento de familiaridade, o que, por sua vez, incentiva uma maior conexão. Primeiras impressões mais precisas também podem beneficiar o desenvolvimento do relacionamento ao longo do tempo. Na prática, isso acontece porque o observador vê suas impressões originais sendo “confirmadas”, aumentando sua sensação de conhecimento sobre a pessoa em questão.

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Para concluir, podemos dizer que as primeiras impressões são definitivamente instintivas, mas nem sempre costumam estar corretas. Assim como tudo mais, elas podem ser aprimoradas com tempo e com os esforços necessários para conhecer melhor a pessoa em questão.

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