O termo “placebo” é frequentemente associado ao efeito psicológico de melhora em pacientes que recebem um tratamento inerte. No entanto, sua origem é muito mais complexa do que poderíamos imaginar. No século XIII, “placebo” era uma palavra utilizada na Igreja Católica Romana em contextos de orações para os mortos, significando “eu agradarei” em latim.
Inicialmente, referia-se à primeira antífona das vésperas no Ofício dos Mortos, uma oração noturna para os falecidos. Com o tempo, “placebo” passou a ser associado à noção de lisonja e bajulação. O termo evoluiu para descrever atos de adulação destinados a fazer alguém se sentir bem, mesmo que não fosse um elogio sincero.
No campo da medicina, “placebo” foi adotado para descrever qualquer tratamento ou substância sem potência medicinal, mas que tinha o propósito de fazer o paciente se sentir melhor. Essa transição ocorreu no século XVIII, quando o médico Andrew Duncan usou o termo em seu livro “Elements of Therapeutic” (1770).
A expressão “efeito placebo” tornou-se comum no início do século XX, e o termo “nocebo”, que significa “farei mal”, foi cunhado para descrever um tratamento ineficaz que causa uma sensação de piora no paciente. No entanto, “placebo” manteve sua popularidade, enquanto “nocebo” não alcançou o mesmo status. O significado e a influência desse termo continuam a crescer ao longo do tempo.