No último sábado (14), Ítalo Ferreira, renomado surfista brasileiro, acrescentou mais um feito notável ao seu impressionante currículo. Após conquistar a primeira medalha de ouro olímpica de surfe em 2020 e alcançar o título de campeão mundial da categoria, o atleta protagonizou um momento verdadeiramente singular. Enquanto o raríssimo eclipse anular do Sol se desenrolava ao fundo, Ítalo posou para uma série de fotografias extraordinárias que capturaram esse fenômeno celeste.
Este tipo de eclipse ocorre quando a Lua está em seu ponto mais distante da órbita da Terra, criando um deslumbrante “anel de fogo” ao passar à frente do Sol. As imagens foram registradas no Rio Grande do Norte pelo experiente fotógrafo Marcelo Maragni, que demandou uma meticulosa preparação para capturar o momento perfeito.
Para obter uma visão privilegiada do eclipse solar, Maragni imergiu em uma ampla pesquisa de estudos científicos e utilizou equipamentos especializados para garantir a foto ideal. Além disso, contaram com a sorte de estar em um dos melhores locais do Brasil para presenciar o fenômeno, no estado do Rio Grande do Norte.
Dado o breve período de duração do eclipse, a dupla teve apenas segundos para assegurar o resultado artístico memorável. Maragni empregou técnicas de fotografia e engenharia, como posicionamento e agilidade, para concluir sua obra. Ítalo, por sua vez, precisou estar em perfeito alinhamento com o efêmero momento em que a Lua se posicionava milimetricamente entre a Terra e o Sol.
Uma vez que o cenário ideal foi estabelecido, o fotógrafo — distante 1 km do surfista — utilizou rádios para comunicação, dois celulares, óculos de proteção e espelhos para proteger os olhos da luz solar e evitar sombras na imagem do atleta. O resultado final foi, portanto, uma recompensa ao meticuloso trabalho investido.
Em declaração oficial, Ítalo Ferreira compartilhou insights sobre o processo das fotos: “Quando saí de casa, o céu estava bastante nublado e eu fiquei um pouco apreensivo, mas quando chegamos à pedra que seria o local perfeito, o tempo abriu. E quando o eclipse começou, conseguimos capturar a foto que, na minha opinião, é provavelmente uma das melhores fotos feitas durante um eclipse”.
A imagem torna-se ainda mais especial para o surfista, pois o “anel de fogo” também evoca um dos arcos olímpicos, relembrando os momentos únicos vivenciados durante os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021. Esta cena inédita foi imortalizada após uma única tentativa, mas os preparativos para o grande momento começaram quatro meses antes, com Maragni explorando mais de 20 locais em busca da angulação perfeita.
“Esta foi uma das fotos mais complexas que já fiz, com tentativas meticulosas para encontrar um local com a angulação de azimute, um ângulo em relação ao Norte, e uma inclinação específica de altura”, explicou o fotógrafo com quase 25 anos de carreira. Embora o eclipse tenha sido visível no Brasil das 15h às 18h do sábado, o “anel de fogo” se formou por volta das 16h40 e perdurou por um curto período.