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A noção amplamente difundida de que nosso conhecimento sobre o universo supera o que sabemos sobre os mares e oceanos da Terra está longe de ser absurda. Uma recente descoberta de um vasto reservatório subterrâneo de água sob o oceano Pacífico ilustra isso com clareza.
A Nova Zelândia foi o cenário dessa revelação notável. Pesquisadores de geofísica da Universidade do Texas (UTIG) fizeram essa descoberta enquanto investigavam “tremores em câmera lenta”, que, embora menos intensos e de menor impacto, eram recorrentes na região, podendo durar dias ou até semanas.
A necessidade de compreender a zona de subducção de Hikurangi, na Nova Zelândia, onde as placas tectônicas se encontram, era evidente. A análise das imagens sísmicas do local trouxe uma surpresa extraordinária: um reservatório de água de proporções significativas foi revelado dentro das rochas.
O volume de água descoberto representava aproximadamente metade do total da área vulcânica estudada, totalizando exatos 47% de conteúdo líquido nas rochas. Embora os efeitos dessa anomalia geológica ainda não possam ser completamente explicados, fica claro que uma vasta quantidade de água está presente.
Esta descoberta do reservatório de água pode oferecer uma explicação plausível para os terremotos de deslizamento lento, uma ocorrência intrigante. As rochas que contêm esse volume substancial de água estão parcialmente enterradas na falha geológica, e de acordo com o estudo, os fluidos presentes podem estar atenuando os terremotos de alguma forma.
Localizado a três quilômetros abaixo do nível do mar, ao largo da costa da Nova Zelândia, este reservatório representa um marco significativo na compreensão da dinâmica das falhas geológicas. A rocha desempenha um papel vital durante os movimentos de subducção das placas, agindo como um amortecedor para os abalos sísmicos ocorridos na região da falha.
Os pesquisadores planejam realizar novas investigações nessa falha geológica, acreditando que outras falhas sísmicas ao redor do mundo podem apresentar configurações semelhantes. Apesar de se tratar de uma correlação estabelecida por meio de simulações, há poucos experimentos que oferecem uma visão tão detalhada dessa complexa dinâmica em uma escala maior.
O estudo, publicado na Science Advances, representa um avanço significativo no entendimento de como abalos sísmicos de grande escala podem ter seus efeitos mitigados. No entanto, abre portas para futuras explorações e pesquisas sobre esse fascinante tema.
