Estima-se que 100 mil pessoas se reuniram no cais em Belfast, Irlanda, em 31 de março de 1911, para assistir ao lançamento do Royal Mail Ship (RMS) Titanic. O Titanic era o maior e mais luxuoso cruzeiro de sua época, medindo mais de 260 metros de comprimento e pesando mais de 46 mil toneladas.
O navio de passageiros britânico operado pela White Star Line ostentava tecnologia de ponta, incluindo um sofisticado painel de controle elétrico, quatro elevadores e um sistema de comunicação sem fio bastante avançado para a época que possibilitava transmissões em código Morse.
Ainda assim, na noite de 14 de abril de 1912, apenas quatro dias após deixar Southampton, na Inglaterra, em sua viagem inaugural para Nova York, o Titanic colidiu com um iceberg na costa de Newfoundland e afundou.
Agora, mais de um século após o naufrágio do Titanic, especialistas ainda debatem as possíveis causas por trás desse desastre histórico que tirou a vida de mais de 1.500 passageiros e tripulantes. No entanto, maioria deles concorda que apenas uma combinação de circunstâncias pode explicar completamente o que condenou o navio ao naufrágio, como veremos ao longo desse artigo.
O navio estava navegando rápido demais
Desde o início, muitas pessoas culparam o capitão do Titanic, Capitão E.J. Smith, por navegar o enorme navio a uma velocidade alta para seus padrões (22 nós ou 40 km/h) através das águas repletas de icebergs do Atlântico Norte. Alguns acreditavam que Smith estava tentando bater o tempo de travessia do navio irmão do Titanic, o Olympic, e infelizmente causou uma colisão irreversível com o iceberg.
No entanto, em um artigo escrito e publicado em 2004, o engenheiro Robert Essenhigh especulou que os esforços para controlar um incêndio em um dos depósitos de carvão do navio poderiam explicar por que o Titanic estava navegando a toda velocidade.
Essa tese também é apoiada pelo jornalista irlandês Senan Molony, que passou os últimos 30 anos investigando o ocorrido e divulgou suas descobertas no documentário Titanic: The New Evidence.
O operador de rádio do navio dispensou um aviso importante sobre o iceberg
Menos de uma hora antes do momento em que o Titanic colidiu com um iceberg, outro navio que viajava nas proximidades, o Californian, comunicou pelo rádio que havia se deparado com uma densa área repleta de gelo.
No entanto, como o aviso não começava com o prefixo “MSG” (Master’s Service Gram), o que exigiria que o capitão reconhecesse diretamente o recebimento da mensagem, o operador de rádio do Titanic, Jack Phillips, considerou o aviso do outro navio não urgente e não passou a informação adiante, o que pode ter sido um elo importante na corrente de eventos do desastre.
O Titanic pode ter tomado um caminho errado
De acordo com uma afirmação feita em 2010 por Louise Patten (a neta do oficial mais antigo do Titanic a sobreviver, Charles Lightoller), um dos tripulantes do navio entrou em pânico ao ouvir a ordem de “virar a estibordo” para evitar o iceberg. Como os navios da época operavam em dois sistemas de ordem de direção diferentes, ele pode ter ficado confuso e ter virado para o lado errado, em direção à gigante estrutura de gelo.
Patten resolveu divulgar esta versão dos eventos porque ela disse ter ouvido a narrativa de sua avó após a morte de Lightoller.
Miragens e efeitos climáticos podem ter atrapalhado a visão da tripulação
Dois estudos feitos na época do 100º aniversário do desastre do Titanic em 2012 sugeriram que a natureza desempenhou um papel fundamental no destino do navio. O primeiro argumentou que a Terra chegou incomumente perto da Lua e do Sol naquele ano, aumentando sua atração gravitacional no oceano e produzindo marés recordes, o que causou um aumento da quantidade de gelo flutuante no Atlântico Norte na época do naufrágio.
O segundo estudo, do historiador britânico Tim Maltin, afirmou que as condições atmosféricas na noite do desastre podem ter causado um fenômeno chamado superrefração. Em resumo, a curvatura da luz pode ter criado miragens ou ilusões de ótica que impediram os tripulantes do Titanic de enxergar o iceberg claramente.
Os vigias do Titanic não estavam equipados com binóculos
O segundo oficial David Blair, que guardava a chave do estoque de binóculos do Titanic em seu bolso, foi informado de que não participaria da viagem inaugural do navio dias antes da jornada. No entanto, ele se esqueceu de entregar a chave ao oficial que o substituiu.
Veja Também: Conheça o Gripen, novo jato supersônico da Força Aérea Brasileira
Veja Também: Quantas estrelas conseguimos ver a olho nu?
Em uma investigação posterior sobre o naufrágio, um vigia do Titanic disse que os binóculos poderiam ter ajudado a localizar e desviar do iceberg a tempo.
Curiosamente, Blair manteve a chave como uma lembrança de seu “quase acidente”. A peça foi leiloada em 2007 e arrecadou cerca de 90 mil libras.
Aparentemente, o Titanic colidiu com o iceberg por causa de vários eventos distintos, não é mesmo? Se você gostou do post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉