A expressão ‘advogado do diabo’ pode não ser tão popular nos dias atuais, mas continua sendo recorrentemente usada. Para dar um exemplo, você já deve ter estado em alguma situação que alguém se mantém contra uma ideia apenas para aborrecer as pessoas ao seu redor e gerar um conflito entre elas, essa pessoa é o que popularmente chamamos de advogado do diabo.
O termo não é apenas um dito popular, na verdade ele surgiu lá no século XVIII e era utilizado para descrever um cargo da igreja católica. Sei que pode parecer estranho que alguém conhecido como ‘advogado do diabo’ trabalhe para a igreja, mas é verdade. Vamos descobrir agora a origem dessa expressão.
A origem do advogado do diabo
Do latim ‘advocatus diaboli’, o advogado do diabo era um termo utilizado para a pessoa responsável por analisar minuciosamente a vida de qualquer um que estivesse no caminho de ser beatificado ou canonizado, seu dever era se manter cético e apresentar qualquer indício de fraude. Esse trabalho era coisa séria e cada detalhe da vida e milagres relacionados ao indivíduo eram vistoriados com cuidado.
Também é preciso deixar claro que apesar de criativo, o nome do cargo não era verdadeiramente esse, mas sim ‘promotor fidei’ ou promotor da fé — em tradução literal. Seu papel era o oposto do promotor da causa, esse procurava de todas as formas afirmar que a veracidade dos fatos e apoiar sua santidade.
O promotor da causa era conhecido como ‘o advogado de Deus’, então nada mais justo do que seu cargo contrário fosse chamado de ‘o advogado do diabo’. Esse cargo perdeu influência a partir do papa João Paulo II.
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O advogado do diabo no Design
Durante os estudos de design centrado na experiência do usuário, também conhecido como design UX, nos deparamos com esse termo mais uma vez, mas o que ele significa nesse contexto?
Quando um designer está desenvolvendo um produto ou serviço que será focado em quem vai consumir, ele trabalha diretamente com o usuário, algo que funciona basicamente como cocriação.
O advogado do diabo no design é um tipo de usuário que, apesar de não conseguir expressar — ou criar — ideias próprias, fica contente em dizer o motivo pelo qual as suas não vão dar certo. Pode ser um tipo de pessoa bem inconveniente, mas os designers tendem a manter esse tipo de usuário para que ajudem com seus pontos de vistas contrários, antecipando algum erro com o produto.
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O que diz a psicologia sobre o termo?
Segundo os estudiosos, ter um advogado do diabo em sua equipe pode melhorar suas tomadas de decisões. É preciso ficar atento, um pensamento alternativo pode te polpar tempo e dinheiro, mas se esse membro da equipe for tipo extremamente pessimista e dizer vários nãos de forma exagerada, talvez seja uma boa hora de repensar a sua influência nas decisões.
O ideal seria uma pessoa que conseguisse manter o equilibro entre ser crítico e ser preciso, apontar as falhas da sua ideia ou projeto e trabalhar para fazer com que ele funcione. Nenhum tipo de excesso é bom, procure formar uma equipe com perspectivas variadas, pessoas positivas demais ou pessoas negativas demais podem atrapalhar seu processo completamente.
A personalidade do MBTI – Tipológica de Myers-Briggs – que mais se aproxima do advogado do diabo seria o ENTP. Personagens como Tony Stark, Rick Sanchez, Lucifer Morningstar, Meliodas e Kate Bishop são ENTP.