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“Uma rosa com qualquer outro nome teria o mesmo cheiro doce…” Essas palavras, escritas por Shakespeare no clássico Romeu e Julieta, são apenas uma das inúmeras menções de rosas na poesia, literatura e arte que ligam a icônica flor vermelha ao romance e ao amor. Dito isto, por que será que, mesmo depois de centenas de anos, os buquês de rosas ainda são vistos como o símbolo mais clássico e duradouro do romance?
Como analisaremos ao longo deste artigo, a ligação entre essa flor e o amor envolve desde mitologias a fatores culturais.
A curiosa ligação entre mitologias e as rosas
Na cultura ocidental, o simbolismo por trás da rosa vermelha remonta à mitologia grega e à crença de que essa flor veio a ser criada por Afrodite, a Deusa do Amor. Como explica o Verdissimo, diz a lenda que a flor cresceu do solo regado com as lágrimas de Afrodite e o sangue de seu amante Adonis.
No entanto, há uma outra interpretação desse mito grego. De acordo com alguns historiadores gregos, Cupido acidentalmente atirou flechas em um jardim de rosas depois de ser picado por uma abelha, fazendo com que as flores crescessem espinhos. Mais tarde, enquanto Afrodite caminhava pelo jardim, ela espetou o pé em um espinho e sangrou, de modo que a cor de seu sangue tornou as rosas vermelhas.
A lenda da criação da rosa vermelha continuou na mitologia romana, onde Vênus tomou o lugar de Afrodite. Romanos ricos supostamente enchiam seus aposentos com buquês de rosas para fornecer um ambiente suave e cheiroso para seus encontros amorosos.
Originalmente, era um símbolo de amor e beleza associado à deusa, mas que também passou a significar segredo depois que Cupido ofereceu uma rosa ao Deus do Silêncio para manter quietos os assuntos de Vênus. Para se ter uma ideia, até mesmo os tetos das salas de jantar romanas eram decorados com rosas para incitar os convidados a ficarem quietos sobre o que foi dito durante a refeição.
A rosa e o cristianismo
No cristianismo, a rosa vermelha tornou-se o símbolo da Virgem Maria que remonta ao século III dC. Naquela época, Santo Ambrósio acreditava que o Jardim do Éden estava cheio de rosas sem espinhos, mas que ganharam estruturas pontiagudas por conta do Pecado Original. Por causa disso, a Virgem Maria é muitas vezes referida como a “rosa sem espinhos”.
A associação da rosa com a Virgem Maria deslanchou no século XII, quando catedrais góticas se tornaram proeminentes. Elas ostentavam grandes vitrais circulares, conhecidos como rosáceas, que eram colocados acima da entrada da igreja.
Tudo isso foi promovido no século XIII, quando São Domingos criou a noção do rosário, uma série de orações à Virgem Maria. Os rosários recebem o nome da palavra rosa e são simbolizados nas imagens religiosas por guirlandas de rosas. Hoje, isso perdura com o conceito do “milagre das rosas”, que é um evento místico onde o crescimento de rosas em uma área reflete um ato de Deus.
As rosas vermelhas na sociedade moderna
Com todas essas lendas e mitos em mente, os buquês de rosas continuaram ao longo dos séculos para simbolizar o amor, aparecendo em tudo, desde afrescos medievais a Shakespeare e muito mais. Na Idade Média, a flor se consolidou no poema francês “Romance da Rosa”, onde a rosa é usada para simbolizar a sexualidade feminina enquanto serve como metáfora mais ampla para expor “toda a arte do amor”.
A partir de 1800, os vitorianos estabeleceram a ligação duradoura entre o romance e as rosas vermelhas como a conhecemos. Os vitorianos eram obcecados com a linguagem das flores (floriografia), desenvolvendo significados distintos para cada tom de flor imaginável e usando essa linguagem para enviar flores para amigos, amantes e muito mais. Na prática, foi esta tradição que reafirmou a rosa vermelha como símbolo do amor.
Vale mencionar que professar sentimentos publicamente não era muito bem aceito na Era Vitoriana, de modo que usar a linguagem das flores e presentear alguém com uma rosa vermelha eram maneiras sutis de expressar afeto nesta época mais restrita. Os vitorianos regularmente presenteavam flores, particularmente rosas de cores diferentes, como símbolos de simpatia, amizade eterna e muito mais.
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Seja uma única rosa vermelha dada em um encontro ou um buquê inteiro de rosas enviado no Dia dos Namorados, o fato é que essa tradição continua viva nos tempos atuais. De certo modo, podemos dizer que isso prova que o amor é um dos sentimentos mais antigos e valiosos.
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