Por razões óbvias, se você bater a cabeça com muita força em algo, certamente sofrerá uma concussão ou até mesmo uma lesão cerebral tão grave ao ponto de levá-lo à morte. No entanto, os pica-paus parecem não ter esse problema, pois, em um dia normal, um pica-pau faz isso cerca de 12.000 vezes ao perfurar árvores sem sofrer nenhum tipo de arranhão. Então, qual seria a explicação por trás disso?
Para descobrir a fonte de toda a resistência da cabeça dos pica-paus, uma equipe de cientistas chineses resolveu analisar a fundo os crânios dessas aves e o próprio comportamento desses animais. Ao final do estudo, eles concluíram que existem algumas características anatômicas que ajudam a manter os pica-paus seguros e saudáveis enquanto perfuram árvores o dia inteiro.
Proteção craniana explica por que os pica-paus não sofrem de dor de cabeça
Primeiramente, os pesquisadores chegaram à conclusão de que o crânio de um pica-pau é construído de tal forma ao ponto de conseguir absorver facilmente quaisquer choques e minimizar os seus danos.
A principal característica que pode ser observada sob esse aspecto é que o crânio que envolve o cérebro dessas criaturas tende a ser um tanto espesso e esponjoso, além de contar com pedaços microscópicos de ossos que formam uma espécie de “malha” fortemente entrelaçada que fornece apoio e proteção.
Ao longo dos exames, os cientistas descobriram que esse osso esponjoso é distribuído de forma desigual nos pica-paus, estando mais concentrado em torno da testa e da parte de trás do crânio, justamente onde ele pode atuar como um amortecedor natural contra choques.
Outros fatores também entram em cena
Além das proteções cranianas, o próprio cérebro desses pássaros também conta com as suas próprias defesas. Na prática, ele é pequeno e fica posicionado em um espaço apertado onde a sua maior superfície aponta para a parte frontal do crânio. Sendo assim, ele não se move muito e, em caso de choque contra uma superfície dura, acabaria não sofrendo problemas.
Até mesmo o bico dessas aves também ajuda a prevenir traumas e concussões. Nesse caso, a camada externa do tecido do bico superior, que é mais comprida do que o bico inferior, cria uma espécie de sobremordida que desvia o estresse do impacto do cérebro e o distribui nas partes inferiores do bico e do fundo do crânio.
Uma palavra final
Curiosamente, os pica-paus geralmente bicam as árvores em rajadas curtas e com intervalos. Os pesquisadores ainda têm dúvidas sobre isso, mas sugerem que essas pausas dão tempo suficiente ao cérebro para que ele “esfrie” antes que o festival de bicadas frenéticas recomece e eleve a temperatura novamente, o que poderia aumentar o risco de danos.
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Já os ninhos dos pica-paus são escavados em troncos de árvores o mais alto possível para proteção contra predadores. Os ovos desses animais são chocados pela fêmea e também pelo macho durante um espaço de tempo de 20 dias.
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