Imagine o quão desolador seria olhar para a rua onde você mora e ver uma multidão de pessoas gritando desesperadamente por ajuda segurando os corpos de seus entes queridos nos braços. Embora possa parecer o enredo de um episódio de uma série de televisão apocalíptica, esta situação realmente ocorreu por conta de uma pandemia que atingiu o mundo em meados do século XIV, recebendo o nome de “peste negra”.
Ao longo deste artigo, vamos abordar os principais desdobramentos relacionados à Peste Negra, uma pandemia que acometeu a Europa no século XIV e que foi provocada pela bactéria Yersinia pestis.
O início de tudo
No início da década de 1340, os europeus já começavam a ouvir alguns rumores que davam conta de que uma grave doença estava matando dezenas de pessoas ao longo de rotas comerciais populares na China, Índia, Pérsia e Egito. Então, em outubro de 1347, a Peste Negra atingiu a Europa quando navios comerciais provenientes do Mar Negro ancoraram na Itália.
Curiosamente, a epidemia se espalhou de tal maneira que boa parte dos marinheiros a bordo dos navios já chegaram mortos em terra firme. Por sua vez, os que chegavam vivos estavam seriamente doentes, dominados pela dor, febre e cobertos por furúnculos negros que escorriam sangue e pus. Embora alguns navios tenham sido rapidamente desviados, a proliferação da doença já estava feita.
A propagação da Peste Negra
A Peste Negra, que os cientistas chamariam mais tarde de “Peste Bubônica”, conseguia se espalhar rapidamente pelo ar. Ela era transmitida de pessoa para pessoa através de uma bactéria chamada Yersinia pestis. Para se ter uma ideia, a bactéria era tão contagiosa que o simples fato de tocar as roupas de uma pessoa infectada já era suficiente para contrair a doença.
Além de sintomas como a febre e os furúnculos dolorosos, a peste também provocava vômitos, diarreia e dores musculares. Ainda assim, o que mais chamava a atenção era a rapidez com a qual a doença tomava conta do corpo, de modo que uma pessoa poderia ir para a cama se sentindo bem e acabar morrendo logo pela manhã.
Embora fosse mais comumente transmitida pelo ar, a peste também se espalhava através das picadas de pulgas e ratos infectados. Infelizmente, pulgas e ratos acabavam viajando em navios por conta das péssimas condições de limpeza e higiene da época, o que fez com que a Peste Negra logo alcançasse toda a Europa, de uma cidade portuária para outra.
Para piorar a situação, as pessoas também não entendiam como a doença era transmitida ou como tratá-la. Os médicos responsáveis pelo tratamento dos pacientes usavam máscaras especiais com um bico cheio de perfumes ou substâncias aromáticas, já que eles erroneamente acreditavam que a doença era transmitida através de vapores venenosos e que poderia ser combatida com aromas agradáveis.
O fim da pandemia
Foram necessários vários anos para a epidemia da Peste Negra na Europa ser controlada, muito graças ao uso de novas técnicas de higienização. No início dos anos 1350, a doença já havia matado mais de 20 milhões de pessoas na Europa, o que representava cerca de um terço da população da época.
Nos séculos seguintes, a praga voltou a aparecer ocasionalmente, mas como as práticas de medicina e saneamento já haviam melhorado consideravelmente, o impacto da doença foi minimizado nos tempos modernos.
Estima-se que essa doença que assolou a Europa no século XIV matou entre 75 milhões e 200 milhões de pessoas na antiga Eurásia. No total, a praga pode ter reduzido a população mundial de 450 milhões de pessoas para 350 milhões, um dado que mostra por si só o tamanho da devastação desencadeada pela bactéria Yersinia pestis.
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Vale destacar que a peste bubônica ainda não foi erradicada em muitas partes do mundo. Nos últimos anos, ocorreram surtos em países como a República Democrática do Congo e Madagascar, de acordo com a BBC.
Um período histórico muito conturbado, não é mesmo? Se você gostou deste post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉