Das catacumbas antigas aos metrôs modernos, os seres humanos sempre estiveram presentes no subsolo por breves períodos de tempo. Entretanto, será que alguma sociedade humana já chegou a viver completamente no subsolo?
Bem, a primeira coisa que precisamos saber sobre o subsolo é que definitivamente não pertencemos a ele. Quando levamos em conta fatores biológicos e fisiológicos, podemos perceber facilmente que nossos corpos não foram projetados para a vida nesse tipo de ambiente.
Ainda assim, como você verá ao longo deste artigo, houve certos momentos na história em que nossa espécie realmente precisou adotar algum tipo de vida no subsolo.
As intrigantes cidades subterrâneas da Capadócia
Ao longo da história, civilizações chegaram a viver abaixo da superfície por várias razões. Se não houvesse materiais suficientes para construir casas, por exemplo, essa poderia ser uma boa opção. Além disso, em lugares com climas extremos, as pessoas se dirigiam ao subsolo no verão para se refrescar e no inverno para se aquecer.
Da mesma forma, o subterrâneo sempre foi visto como um lugar seguro para se esconder dos inimigos. Por exemplo, povos antigos construíram as famosas cidades subterrâneas da Capadócia, onde hoje é a Turquia, para proteção contra o clima e a guerra. Por se tratar de um lugar muito estratégico, os habitantes se retiravam para o subsolo durante as emergências, mas não ficavam lá pelo resto da vida, talvez semanas a fio.
Uma das maiores cidades subterrâneas da Capadócia é Derinkuyu, que data de cerca do século sétimo ou oitavo e pode ter abrigado cerca de 20.000 pessoas, de acordo com o Atlas Obscura. Os geofísicos descobriram que outra cidade recentemente descoberta na região se estende por 460 mil metros quadrados e pode ter 113 metros de profundidade, de acordo com a National Geographic. Se for verdade, isso tornaria a cidade recém-descoberta cerca de um terço maior do que Derinkuyu.
Vale destacar que as cidades subterrâneas da Capadócia são verdadeiras maravilhas arquitetônicas. Os orifícios que conduziam à superfície agiam como dutos de ventilação. Além disso, camadas de proteção (incluindo grandes pedras circulares que os povos antigos rolavam na frente das entradas das cidades) separavam aqueles que estavam dentro dos invasores que viviam na superfície.
Nem toda vida no subsolo precisa ser igual ao cotidiano das cidades subterrâneas da Capadócia
É importante deixar claro que nem todas as moradias subterrâneas precisam ser tão complexas quanto as da Capadócia, pois alguns grupos também já chegaram a viver em cavernas comuns. De fato, qualquer caverna pode ser adaptada para a vida no subsolo, desde que apresente o tipo certo de geologia, como ser feita de uma rocha vulcânica macia e fácil de cavar.
Para se ter uma ideia, até mesmo na Austrália moderna, em uma cidade chamada Coober Pedy, cerca de metade da população vive em abrigos que, na verdade, são buracos escavados em encostas de colinas.
Curiosamente, muitas pessoas marginalizadas ainda encontraram abrigo abaixo da superfície em infraestruturas abandonadas de cidades modernas. Por exemplo, muitos sem-teto vivem em túneis abaixo de Las Vegas, algo que também pode ser visto em Bucareste, na Romênia.
Uma palavra final
À medida que mais pessoas se mudam para as cidades, mais desses moradores podem se mudar para o subsolo. Por falta de espaço e alta densidade populacional, lugares como Singapura estão explorando opções de construções no subsolo. A tecnologia necessária para fazer isso já existe, mas tem sido um grande desafio convencer as pessoas a se mudarem para esses locais.
Ainda não foi demonstrado que viver abaixo da terra causa efeitos psicológicos negativos, desde que a iluminação, o tamanho da casa, a altura do teto e outros atributos físicos do ambiente sejam consistentes com os da superfície. Por exemplo, tecnologias que permitem que a luz solar natural ilumine espaços subterrâneos usando materiais como tinta reflexiva podem combater a depressão que costuma surgir a partir da ausência de luz solar.
Leia Também: Quem inventou os nuggets de frango?
Leia Também: Por que é tão difícil fazer um carro capaz de passar dos 500 km/h?
Obviamente, a vida no subsolo pode fazer com que as pessoas se sintam isoladas de suas contrapartes na superfície, mas as empresas focadas na elaboração dessas residências alternativas acreditam que tais sentimentos são perfeitamente controláveis. Mesmo assim, o fato é que a maioria das pessoas ainda rechaça completamente a ideia de viver no subsolo.
Muito interessante, não é mesmo? Se você gostou deste post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉