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Como os antibióticos matam as bactérias?

Antibióticos são importantíssimos no combate às bactérias, mas seu uso indevido pode causar sérios problemas.

Por milhares de anos, ficar doente era algo extremamente perigoso. Se você adoecesse, por qualquer motivo que fosse, havia uma boa chance de morrer, já que diagnosticar doenças específicas era bem mais difícil, quanto mais curá-las. Felizmente, há menos de um século, a humanidade descobriu uma nova arma na luta constante pela sobrevivência: os antibióticos.

De um modo geral, praticamente todo mundo já sabe que os antibióticos são usados para tratar ou prevenir alguns tipos de infecção bacteriana. No entanto, você já se perguntou como exatamente os antibióticos matam as bactérias? É isso que vamos abordar ao longo deste artigo!

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Foto: Pixabay

Como surgiu e qual é o antibiótico mais antigo?

O ano era 1928 quando um homem chamado Alexander Fleming estava voltando para seu laboratório após um longo fim de semana. Dias antes, ele não havia armazenado adequadamente suas placas de Petri, nas quais estava estudando uma cepa de bactéria Staphylococcus aureus. Por conta disso, ao chegar em seu laboratório, Fleming viu que um mofo começou a crescer nos pratos e, estranhamente, interrompeu completamente o crescimento e a disseminação de bactérias.

O penicillium notatum foi o mofo que cresceu e levou a essa descoberta, que continua sendo uma das conquistas mais importantes da história científica. A penicilina, como veio a ser chamada, é o tipo de antibiótico mais famoso do mundo, sendo usada para uma ampla gama de doenças, incluindo estreptococos, meningococos e muitos outros.

No entanto, os antibióticos não são eficazes contra os vírus, sem falar que muitas pessoas ainda confundem a ideia de agente antibacteriano com antimicrobiano. Ainda assim, o uso de antibióticos no século 20 revolucionou a medicina em todo o mundo e levou à produção de medicamentos para muitas doenças mortais que devastaram as populações durante séculos.

Embora a penicilina tenha sido o primeiro material conhecido com propriedades antibióticas, ela não é eficaz contra todos os tipos de infecções bacterianas, então outros antibióticos tiveram que ser desenvolvidos e estudados. Isso levou ao surgimento de vários fármacos, desde polimixinas e tetraciclinas a quinolonas e carbapenêmicos.

De um modo geral, as substâncias antibióticas foram adaptadas para tratar com sucesso centenas de infecções bacterianas diferentes ao longo dos anos e eventualmente tornaram-se bastante complexas à medida que passamos a aprender mais sobre as próprias bactérias.

Antibióticos
Foto: Pixabay

Tá, mas como os antibióticos matam as bactérias?

As bactérias tendem a se enquadrar em uma de duas categorias: Gram-positivas ou Gram-negativas. As bactérias Gram-positivas têm paredes celulares finas e de camada única, que são relativamente fáceis de permear. Por outro lado, as bactérias Gram-negativas apresentam paredes mais resistentes, com duas camadas, dificultando a penetração. Se você deseja que uma substância antibiótica funcione, ela precisa ser capaz de romper ambas as paredes bacterianas.

Os materiais antibióticos neutralizam as bactérias impedindo-as de desenvolver novas células, danificando seu DNA ou causando a ruptura das células bacterianas. No entanto, é importante deixar claro que nem todo antibiótico pode fazer essas coisas, sem falar que nem toda célula bacteriana responderá às mesmas táticas farmacêuticas.

Por conta disso, existem antibióticos de amplo e estreito espectro no mercado, sendo que cada paciente recebe uma prescrição de uma dessas variedades a depender do seu diagnóstico. Antibióticos de amplo espectro (por exemplo, amoxicilina e gentamicina) podem eliminar com segurança as bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, tornando-os os maiores atacantes do mundo antibacteriano.

Por outro lado, o espectro estreito (por exemplo, azitromicina) é até capaz de tratar tipos específicos de infecção bacteriana, Gram-positivas ou Gram-negativas, mas não ambas. Antibióticos de amplo espectro tratam infecções do trato urinário, úlceras, acne, pneumonia e antraz, entre outros, enquanto antibióticos de espectro estreito tratam infecções do ouvido médio, sinusite, clamídia e coqueluche.

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Foto: Pixabay

O grande problema envolvendo os antibióticos

Conforme explicado acima, o aumento da popularidade das substâncias antibióticas foi incrível. Esses medicamentos logo começaram a ser usados ​​em todo o mundo, sendo considerados uma solução confiável para centenas de condições médicas, algumas das quais nem mesmo eram de origem bacteriana. No entanto, isso veio a causar um problema muito grave.

Essencialmente, o mundo e seus suprimentos de alimentos passaram a ser inundados com antibióticos, o que resultou em duas coisas: as infecções bacterianas diminuíram, mas a capacidade das bactérias de se adaptar e evoluir aumentou consideravelmente. De fato, as bactérias resistentes aos antibióticos continuam sendo uma das principais ameaças à população humana, sendo que esse problema só tende a piorar.

Quando os antibióticos são usados ​​indevidamente, como quando não são necessários, as bactérias têm a capacidade de reagir a essa substância antibiótica e se adaptar. Consequentemente, quando essa bactéria é transmitida a outra pessoa e o mesmo antibiótico é prescrito, ele será menos eficaz.

Ainda assim, existem maneiras de contornar isso. Em primeiro lugar, os médicos precisam parar de prescrever antibióticos, a menos que o caso seja absolutamente necessário, e devem tentar usar antibióticos de espectro estreito sempre que possível, que são personalizados para uma cepa bacteriana específica em vez de uma cobertura “geral” de variedades de amplo espectro.

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Além disso, a higiene é sempre fundamental, especialmente em partes do mundo onde as infecções são comuns e as instalações médicas são inadequadas. Alimentos derivados de animais de criação que recebem antibióticos de baixa dosagem em longo prazo também devem ser evitados e uma maior regulamentação deve ser implementada para garantir que não tornemos populações inteiras suscetíveis a cepas resistentes a antibióticos.

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