Uma arma pode disparar ao ser derrubada?

A segurança das armas é algo extremamente importante, afinal, elas exigem manuseio e cuidados adequados. Consequentemente, isso tudo resulta em um grande número de armas que eventualmente acabam caindo no chão, o que nos leva à questão do dia: será que uma arma pode disparar ao ser derrubada?

Ao longo deste artigo, nós vamos abordar essa questão, mas para um melhor entendimento do assunto, precisamos entender primeiramente as nuances dos disparos acidentais de um modo geral.

O perigo dos disparos acidentais

Quando uma arma é disparada involuntariamente, trata-se de um disparo acidental. Na prática, isso pode acontecer por conta de muitas situações diferentes, como manuseio incorreto de uma arma, armazenamento impróprio ou coldre inadequado, armas de fogo mal construídas ou danificadas, superaquecimento e até mesmo quedas.

Quando se trata das ocasiões envolvendo uma arma disparando ao ser derrubada, Hollywood fez um excelente trabalho ao colocar essa ideia em nossas mentes, dando origem a inúmeras cenas cômicas (e trágicas) envolvendo armas de fogo que caem no chão e resultam em trajetórias infelizes.

Com o passar do tempo, isso deu origem à ideia de que qualquer arma pode disparar ao ser derrubada, mas na verdade, há um pouco mais de detalhes nessa história toda.

A segurança das armas modernas

O design das armas de fogo, assim como em todas as outras indústrias de longo prazo, evoluiu e melhorou consideravelmente ao longo do tempo, sendo que muitas dessas inovações se concentraram nos itens adicionais de segurança que elas receberam.

Se levarmos em conta os tempos do Velho Oeste, precisamos ter em mente que não era incomum a ocorrência de disparos acidentais por quedas, mas isso mudou a partir de então. A grande maioria dos revólveres modernos vem com uma peça de segurança que isola o pino de disparo, evitando, assim, disparos acidentais, mesmo que a arma venha a ser derrubada.

Nos Estados Unidos, para garantir que as armas não apresentassem esse risco inerente, a Lei de Controle de Armas de 1968 tornou obrigatórios os testes de segurança contra quedas por parte dos fabricantes de armas. Na época, essa lei serviu como um marco da modernização das armas de fogo no país.

No caso do Brasil, falhas gravíssimas encontradas em algumas armas têm levado a maiores investigações quanto à sua procedência. Para se ter uma ideia, a Polícia Militar de Goiás começou a tirar de circulação 2.500 armas da Taurus usadas desde 2013 a 2017. As pistolas travavam quando os policiais puxavam o gatilho ou até mesmo disparavam sozinhas. Na maioria dos casos, notou-se que tais problemas estavam relacionados à produção deficiente das armas.

Então, uma arma pode disparar ao ser derrubada?

De modo geral, se a arma em questão for mantida em boas condições, tiver uma boa procedência e não for usada com frequência suficiente ao ponto em que algum desgaste possa comprometer seus mecanismos de segurança, quase não há chance de a arma disparar, mesmo que venha a ser derrubada.

No entanto, a história pode ser outra para armas “longas”, como rifles usados para caça ou tiro de precisão. Essas armas geralmente não contam com muitos itens de segurança comuns em armas menores, pois seu mecanismo interno e design são ligeiramente diferentes.

Na prática, o fato é que essas armas longas representam um risco maior de disparo quando são derrubadas, particularmente quando é a coronha da arma o local atingido, pois o impacto pode fazer com que a inércia do pino de disparo o mova para frente.

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Até o meio da Segunda Guerra Mundial, a compreensão dos dispositivos de segurança adequada das armas era muito baixa e até hoje ainda existem alguns problemas, como questões envolvendo o desgaste das armas. Ainda assim, os revólveres modernos tendem a ser as armas “mais seguras” em termos de quedas, pois há uma barra deslizante em seu interior que evita disparos acidentais em caso de queda.

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