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Por que o interior da Terra é quente?

No fim das contas, o núcleo extremamente quente da Terra é crucial para a nossa existência

É bem provável que você já tenha ouvido falar que o interior da Terra é absurdamente quente. No entanto, isso levanta uma questão inquietante: afinal de contas, para onde está escapando todo esse calor? E por que a neve se acumula em algumas regiões da Terra mesmo com a enorme temperatura do núcleo do planeta?

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Bem, é verdade que o interior da Terra é extremamente quente, mas o que é mais interessante nisso tudo é que tem sido assim desde o surgimento do planeta. De fato, por mais irônico que possa parecer, o núcleo quente é o motivo pelo qual você é capaz de existir neste planeta!

Isso soa estranho? Bem, você vai ver ao longo desse post que não é. No fim das contas, o núcleo extremamente quente da Terra é crucial para a nossa existência.

Mas antes de viajarmos para o ponto mais profundo da Terra, vamos tentar entender um pouco mais sobre as camadas do planeta.

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A crosta e o manto da Terra

Interior da Terra
Foto: Argonne National Labs

Embora nós, humanos, tenhamos progredido ao ponto de sermos capazes de tirar uma fotografia de um buraco negro, desvendar os mistérios de nosso próprio planeta nunca foi tarefa fácil. Ainda assim, a análise de rochas trazidas por erupções vulcânicas e o estudo de ondas sísmicas (ondas geradas no interior da Terra devido a terremotos e erupções vulcânicas) nos ajudaram a entender melhor a estrutura interna de nosso planeta.

A Terra não é necessariamente homogênea, mas sim composta por várias camadas. A Terra foi criada com o nascimento do sistema solar há cerca de 4,5 bilhões de anos. Inicialmente, ela era apenas uma bola de gases, mas à medida que os gases reagiam uns com os outros e materiais de diferentes densidades começaram a se separar, a Terra se tornou o que é hoje: um enorme planeta rochoso com um interior semelhante a uma cebola.

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Caso você tenha interesse em se aprofundar no assunto, o vídeo abaixo ilustra o surgimento do planeta em detalhes:

Voltando ao tópico das camadas da Terra, a mais externa delas é a crosta. Esta é a camada onde vivemos, construímos nossas casas e plantamos árvores. A crosta oceânica tem cerca de 8 km de profundidade e é composta principalmente por basalto, enquanto que a crosta continental tem cerca de 32 km de largura e é composta principalmente por granito. No entanto, a crosta é bem fina se a compararmos com as outras camadas do planeta.

A próxima camada presente logo abaixo da crosta é conhecida como manto. Esta seção tem 2.900 km de espessura. O manto superior é rígido e quebradiço, mas o manto inferior tende a fluir como uma rocha semifundida. A camada superior do manto, em combinação com a crosta, é conhecida como Litosfera, enquanto a camada semifundida é chamada de Astenosfera.

O núcleo terrestre

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Foto: SoylentGreen/Wikimedia Commons

Abaixo do manto está o núcleo, que é dividido em duas partes: o núcleo externo e o núcleo interno. O núcleo externo é composto principalmente de ferro e níquel e está completamente na forma líquida. Ele tem uma temperatura muito alta, na casa dos 3.000ºC e conta com aproximadamente 2.300 km de espessura.

Cruzando o núcleo externo, alcançamos a parte mais quente do planeta, que é o núcleo interno. O núcleo interno tem uma temperatura incrivelmente alta de 6.000ºC. Todavia, o que mais surpreende é o fato de que mesmo com temperaturas tão altas o núcleo interno é total e completamente sólido, com cerca de 1.200 km de espessura.

Então, por que o interior da Terra é tão quente?

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Foto: Shafik Bafakih

Para nós, seres humanos que vivemos alegremente na crosta, é difícil imaginar que o núcleo da Terra possa ter uma temperatura equivalente ou ainda mais alta do que a temperatura da superfície do sol. Consequentemente, o questionamento que fica é: como nossa Terra de 4,6 bilhões de anos está gerando tanto calor?

Bem, como você verá a seguir, existem duas razões principais por trás do núcleo flamejante da Terra.

Em primeiro lugar, isso ocorre devido ao processo pelo qual nosso planeta foi formado, denominado acreção. Quando o sistema solar passou a existir, nosso planeta também começou sua jornada ao redor do sol.

Em termos básicos, a atração gravitacional envolvida no processo foi tão forte que vários meteoritos e outros objetos se juntaram para formar um grande planeta. Com isso em mente, precisamos levar em conta o fato de que sempre que ocorrem esses processos de acréscimo, a quantidade de calor produzida é enorme.

Após o término do processo de formação planetária, os materiais começaram a se separar em camadas de acordo com sua densidade. Os materiais mais densos se acomodaram no núcleo, sendo que esse processo de sedimentação contribuiu para a produção de muito calor.

Este calor primordial da Terra ainda está presente no núcleo porque nossa grande Terra foi incapaz de dissipá-lo rapidamente quando foi criada. Em tese, esse calor até poderia se dissipar pela crosta, mas como as placas agem como um cobertor e o manto não é um dissipador particularmente bom, podemos dizer que o calor veio para ficar por muito tempo.

A segunda razão por trás do núcleo aquecido é a decomposição de elementos radioativos, como o urânio. Em resumo, o decaimento radioativo é responsável pela formação de isótopos-filhos, que é um processo exotérmico.

Qual a importância da alta temperatura do interior da Terra?

Interior da Terra
Foto: Needpix

Embora o núcleo da Terra seja tão quente quanto o sol, ele é fundamental para sustentar a vida em nosso planeta. O núcleo externo é líquido e, portanto, continua fluindo. Desse modo, correntes de convecção são geradas devido a este movimento, que é a causa por trás do campo magnético da Terra.

O campo magnético, por sua vez, nos salva de explosões solares e mantém a atmosfera habitável da Terra. Na prática, o núcleo interno ajuda a estabilizar esse campo magnético.

Também não podemos nos esquecer que as correntes de convecção no núcleo externo e o calor que elas gera criam movimento nas camadas acima, especialmente no manto. Este movimento ajuda as placas no deslocamento dos continentes e à criação de novas massas de terra.

Portanto, podemos dizer que o núcleo da Terra é vital para a existência não apenas de humanos, mas de todos os seres vivos, incluindo plantas. Se ele esfriasse, se tornasse muito sólido ou muito líquido, simplesmente não haveria maneira da vida sobreviver ou prosperar.

No fim das contas, é esse o equilíbrio precioso que o núcleo da Terra traz para o nosso mundo!

O nosso planeta possui características realmente surpreendentes, não é mesmo? Se você gostou desse post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉

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