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Por que o cristianismo tem tantas denominações?

Não é de hoje que o corpo global de mais de 2 bilhões de adeptos do cristianismo vive dividido em milhares de denominações.

Os seguidores de Jesus estão espalhados por todo o planeta, mas o corpo global de mais de 2 bilhões de cristãos vive separado em milhares de denominações. Pentecostais, presbiterianos, luteranos, batistas, apostólicos, metodistas, enfim, parece que a lista nunca chega a um fim! Dito isto, a pergunta que fica é: por que o cristianismo tem tantas denominações?

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Bem, a verdade é que um olhar superficial mostra que diferenças em crenças e tomadas de poder têm um papel a desempenhar nisso tudo. Ainda assim, é preciso ter em mente que, em algum nível, a diferenciação e a variedade têm sido características marcantes desde os primórdios da religião, de modo que nunca houve um cristianismo devidamente unido.

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Foto: Pixabay

As divisões iniciais de denominações cristãs

A igreja primitiva, que se estende desde o início do ministério de Jesus, em 27 d.C. até 325 d.C., foi dividida principalmente com base na geografia. Na prática, os estilos de adoração e as interpretações dos ensinamentos de Jesus variavam de acordo com as culturas e costumes regionais, de acordo com Bruce Gordon, professor de história eclesiástica na Yale Divinity School em entrevista ao LiveScience.

Entretanto, também houve grandes rupturas relacionadas à teologia cristã durante esse tempo. Um dos cismas iniciais mais notáveis, a controvérsia ariana no início do século IV, dividiu a igreja quanto ao relacionamento de Jesus com Deus. Ário, um sacerdote de Alexandria, no Egito, afirmava que, como Jesus foi “gerado” ou criado por Deus, ele era uma divindade menor do que Deus. Por outro lado, Atanásio, um teólogo alexandrino, afirmava que Jesus era a encarnação de Deus.

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Consequentemente, isso dividiu os cristãos do Império Romano pela metade. O Concílio de Nicéia, um grupo de teólogos e estudiosos reunidos pelo imperador Constantino I em 325 d.C., acabou ficando contra Ário. No entanto, apesar da visão oficial da Igreja, os cristãos continuaram divididos sobre o assunto por mais de um século.

Então, em 1054, os Cristãos Ortodoxos Orientais se separaram dos Católicos Romanos Ocidentais no que ficou conhecido como o Grande Cisma. Os dois grupos discordaram sobre a tomada dos símbolos religiosos que se acredita transmitir a graça divina ao crente. Além disso, os cristãos ortodoxos orientais discordavam das crenças romanas de que os padres deveriam permanecer celibatários e de que o papa romano tinha autoridade sobre o chefe da igreja oriental.

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Apesar deste punhado de cismas, a Igreja Católica suprimiu com sucesso outras ramificações cristãs em potencial por um bom tempo, em parte por conta das perseguições contínuas de um sistema de investigações sobre as crenças das pessoas que ficaram conhecidas como inquisições. Com o apoio de governantes seculares, os hereges poderiam ser até queimados em fogueiras.

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Foto: Pixabay

A explosão de denominações em torno do cristianismo

Após a Reforma Protestante em 1517, o número de denominações em torno do cristianismo começou a se multiplicar a uma taxa muito rápida. A reforma, instigada por uma série de eventos e liderada por Martinho Lutero, enfatizava uma fé mais pessoal. Esse movimento foi uma reação ao fato de que as interpretações da Bíblia, a absolvição dos pecados e a entrada no céu eram todas mediadas por padres no catolicismo.

Lutero e seus seguidores afirmavam que a Bíblia, não uma hierarquia da igreja, era a autoridade final sobre todas as pessoas, incluindo os padres e o papa, sendo que várias práticas eclesiásticas, como a concessão de indulgências (conceder dinheiro à igreja para ser absolvido dos pecados), eram atos de corrupção.

Inicialmente, havia apenas alguns grupos protestantes importantes, mas, no final das contas, a reforma deu origem a muitas ramificações cristãs. Eventualmente, os protestantes passaram a usar cada vez mais as escrituras para criticar a Igreja Católica Romana, alegando que qualquer crente poderia ler as escrituras e ter um relacionamento pessoal com Deus.

Enquanto os crentes debatiam as escrituras e os sacramentos, novas denominações se formavam e se dividiam com base em uma variedade de interpretações bíblicas, formas de adoração e estruturas organizacionais. Em meio a todos esses debates, surgiram as raízes de denominações como presbiterianos, menonitas, batistas, quakers, entre outros.

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Foto: Pixabay

Uma palavra final

Embora os cismas possam ser vistos como eventos divisores e conflitantes entre denominações rivais, essas divisões podem ter um lado positivo. É possível notar que há, por exemplo, uma espécie de mecanismo anticorrupção na fragmentação, visto que essas divisões podem aprimorar a relação de pessoas em posições sociais mais baixas com as elites religiosas.

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Um bom exemplo disso pode ser visto através do fato de que, depois que a reforma desafiou a autoridade papal, os cristão finalmente começaram a questionar as autoridades religiosas sobre práticas corruptas ou questionáveis. Da mesma forma, em um mundo cada vez mais conectado, também é possível dizer que ainda haverá mais divisão e formação denominacional por vir.

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