Grandes empresas fabricantes de aviões como Airbus, Boeing, Embraer e Bombardier compartilham entre si o fato de serem muito bem-sucedidas em seus respectivos nichos na indústria da aviação. Ainda, assim este não é o único ponto em comum entre elas, pois essas empresas também não produzem os próprios motores. Mas, afinal, qual é a explicação por trás disso?
Ao longo deste artigo, você vai entender que o negócio da aviação é altamente complexo, de forma que assumir a produção de aeronaves e motores ao mesmo tempo pode ser contraproducente para as fabricantes de aviões de um modo geral.
As fabricantes de aviões não produzem os próprios motores porque não faz sentido para os negócios
Em suma, as fabricantes de aviões não pensam em produzir motores hoje porque não há sentido em reinventar algo efetivamente funcional. As principais fabricantes de motores já estão fazendo um trabalho incrível, então não há motivo para a Boeing, Airbus ou quaisquer outras empresas do ramo decidirem se juntar a elas.
Esse pensamento é quase uma regra no mundo altamente globalizado de hoje. Desde o advento do motor a jato, apenas empresas Bristol Siddeley, Rolls Royce, Pratt e Whitney e General Electric compreenderam e dominaram com sucesso a tecnologia para a elaboração de motores muito grandes, o que explica o domínio dessas empresas no mercado.
Para mostrar o quão complexa é a indústria de motores para aviões, a Bristol Siddeley não conseguiu se manter no mercado como seus executivos esperavam, apesar de registrar alguns sucessos, o que levou a empresa a fazer uma fusão com a Rolls Royce.
No fim das contas, podemos dizer que quase nada pode superar a especialização e a tecnologia avançada das fabricantes de motores de aviões que trabalham com isso ao longo de várias décadas.
Os altos custos envolvidos também não fariam valer a pena
Para a Boeing, por exemplo, se aventurar na produção de motores para aeronaves, ela teria que competir com empresas de motores já existentes, como Pratt & Whitney, Rolls Royce, General Electric e assim por diante, que gastaram bilhões de dólares em pesquisa, fabricação e desenvolvimento de motores a jato a décadas.
De acordo com a Forbes, a questão a ser observada aqui é o fato de que uma empresa fabricante de aviões precisaria gastar vastos recursos para tentar produzir os próprios motores e, mesmo assim, poderia não obter sucesso após tanto investimento pesado em recursos e pesquisas.
No fim das contas, a empresa em questão poderia não obter lucros suficientes para cobrir as despesas incorridas no estabelecimento de sua linha de fabricação de motores, até porque inicialmente seria a única empresa a usar os motores para suas aeronaves.
Dito isto, a implicação de custo de começar do nível mais básico para desenvolver um motor competitivo que rivalizaria com uma competição excepcional e experiente acaba se tornando uma montanha quase impossível de escalar.
Problemas de certificação também poderiam surgir
Por último, mas não menos importante, também não podemos esquecer que há a questão da certificação e todas as suas complexidades com as quais as fabricantes de aviões teriam que lidar. A certificação é crucial na indústria de aviação e requer muito tempo, o que seria um grande problema, afinal de contas, em uma indústria em rápida evolução como a aviação, tempo é dinheiro.
Também existe o problema da divisão de foco que uma empresa fabricante de aeronaves enfrentaria ao tentar também fabricar motores. Na prática, já é difícil o suficiente estar no ramo de fabricação de fuselagens, de modo que fabricar motores provavelmente só dificultaria ainda mais a possibilidade de permanência no mercado.
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Em resumo, produzir motores no ramo da aviação é algo muito complexo, para se dizer o mínimo. Na prática, isso requer o uso de conhecimento especializado, ferramentas e muito dinheiro, além de uma certa dose de experiência que até as fabricantes de aviões mais tradicionais do mercado não possuem no momento.
Assunto complexo, mas muito interessante, não é mesmo? Se você gostou deste post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉