Amada por uns e odiada por outros, a pimenta é um daqueles ingredientes controversos que despertam emoções distintas a depender dos paladares envolvidos. Mas independente das preferências de cada pessoa, o fato é que a pimenta é inegavelmente um dos temperos mais utilizados na culinária mundial, muito por conta do seu sabor picante. Então, afinal, por que a pimenta arde tanto?
Neste artigo, você vai descobrir que a pimenta arde por conta de uma substância irritante para os mamíferos, incluindo os humanos.
A razão pela qual a pimenta arde
Em resumo, podemos dizer que a pimenta arde por causa da capsaicina, uma substância química encontrada em praticamente todas as pimentas, sobretudo nas vermelhas e picantes. Na prática, quando você come uma pimenta, a capsaicina entra em contato com os receptores sensoriais da sua boca, que consequentemente enviam uma mensagem para o cérebro dizendo que você comeu algo “quente”.
Por sua vez, o cérebro responde à mensagem aumentando a sua frequência cardíaca, o que automaticamente aumenta a transpiração e a liberação de endorfinas, que são substâncias químicas especiais do corpo que ajudam a aliviar a dor.
Ao fim do processo, quanto maior a quantidade de capsaicina liberada pelas glândulas da pimenta, maior será a sensação de ardor. Curiosamente, a maior concentração de capsaicina está presente no miolo branco do interior da pimenta e no revestimento das suas sementes.
Há diferentes níveis de picância
Evidentemente, as pimentas podem ser encontradas em diferentes tipos, tamanhos, formas e cores. Por isso, não é surpresa que cada uma delas apresenta diferentes níveis de ardência.
Em 1912, um químico chamado Wilbur Scoville desenvolveu uma escala especial para medir o nível de picância das pimentas. Na ocasião, Scoville passou a treinar provadores ao utilizar amostras de água contendo extratos de pimenta em um experimento que ficou conhecido como “Teste Organoléptico de Scoville”.
Ao diluir as amostras até que os provadores não pudessem mais detectar a ardência, Scoville atribuiu a cada pimenta uma classificação numérica chamada “Unidade de Calor Scoville” (SHU).
Embora possa parecer algo complexo à primeira vista, a escala funciona de uma maneira bem simples. Uma pimenta habanero, por exemplo, tem uma classificação SHU de 200.000. Na prática, isso significa que uma amostra desse tipo de pimenta teria que ser diluída cerca de 200.000 vezes antes que os provadores não pudessem mais detectar a sua ardência.
Vale destacar que a Escala de Scoville ainda está em uso até hoje, sendo que as pimentas podem variar de 0 (pimentão) a mais de 1 milhão de Unidades Scoville (pimenta Bhut Jolokia). Para se ter uma ideia, a capsaicina pura mede exatos 16 milhões de SHUs!
A capsaicina pode promover benefícios à saúde
Curiosamente, um estudo recente descobriu que a capsaicina pode atacar células cancerígenas que promovem o câncer de próstata sem prejudicar as células saudáveis nas proximidades. Como resultado, os tumores tratados com capsaicina tinham somente cerca de um quinto do tamanho de tumores não tratados.
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Os pesquisadores trabalharam com o extrato de uma pimenta mexicana com teor maior de capsaicina, conhecida como habañera. Eles acreditam que esta descoberta pode ser útil para futuras pesquisas sobre a doença e o desenvolvimento de tratamentos contra tumores cancerígenos.
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