No filme “O Dia em que a Terra Parou”, um extraterrestre chamado Klaatu e seu companheiro robô Gort interrompem quase todos os eletrônicos da Terra simultaneamente através de uma avançada tecnologia alienígena. Mas, e se o título desse filme tivesse um significado mais literal? E se um alienígena com uma ferramenta ainda mais poderosa pudesse fazer com que a Terra parasse de girar?
Podemos não perceber, mas a rotação do nosso planeta está subjacente a alguns dos processos mais importantes da Terra. De fato, provavelmente nem sequer estaríamos aqui se a Terra fosse um planeta estacionário, como você verá ao longo deste artigo.
Se a Terra parasse de girar, teríamos um dia de seis meses
Primeiramente, é preciso ter em mente que, se a Terra parasse de girar, você não seria lançado de repente para o espaço. Segundo o Universe Today, em uma situação como esta, a gravidade ainda o manteria firme no chão. Ainda assim, ocorreriam muitas mudanças drásticas.
Se a Terra parasse de girar, mas continuasse a orbitar o Sol, um “dia” duraria meio ano (e a noite também). Na prática, isso acabaria por aquecer o planeta muito mais durante o dia e esfriá-lo muito mais durante a noite, o que afetaria diretamente todo o conceito de clima terrestre como o conhecemos.
Por sua vez, uma grande diferença de temperatura entre o dia e a noite causaria ventos fortes, que moveriam o ar quente em direção ao lado noturno mais frio da Terra. O vento também sopraria das regiões quentes ao redor do equador para as regiões polares frias. Em uma Terra giratória, isso não acontece porque o vento é desviado para os lados.
Os ventos do leste e do oeste, e os ventos dos pólos, eventualmente se encontrariam e poderiam criar enormes redemoinhos de vento do tamanho de continentes inteiros. Ou seja, definitivamente não seria algo agradável.
Se a Terra parasse de girar, a radiação recebida pelo planeta seria altíssima
O núcleo da Terra é parcialmente formado de ferro fundido. Desse modo, o movimento giratório da Terra transforma esse ferro fundido em um tipo de ímã que se transforma num campo magnético. Na prática, isso nos protege contra a radiação nociva que vem de partículas do Sol e raios cósmicos de fora do sistema solar.
Curiosamente, embora o campo magnético impeça que a radiação chegue até nós, ela ainda atinge a atmosfera da Terra, sendo que nós a vemos como as auroras polares (boreal e austral, também conhecidas como as luzes do norte ou do sul).
Sem o campo magnético, essa radiação atingiria a superfície da Terra em cheio e impactaria de forma negativa praticamente todas as formas de vida existentes. Alguns pássaros, por exemplo, usam o campo magnético para encontrar o caminho certo a tomar, então, sem a Terra girar, eles se perderiam facilmente.
Uma palavra final
Até onde sabemos, não há planetas por aí que não girem, embora alguns deles possam ter rotações bem lentas, se comparadas à da Terra. Os processos que formam planetas e outros corpos celestes resultam naturalmente em rotação, o que significa que todos os planetas giram desde o início. No entanto, existem alguns astros que dão a impressão que não giram, algo que os astrônomos chamam de “rotação sincronizada”.
A Lua é um bom exemplo disso. Vemos apenas um lado da Lua, não importa onde ela fique posicionada no céu ou em que fase esteja, pois ela sempre está em rotação síncrona em relação à Terra. A mesma situação provavelmente ocorre em muitos exoplanetas, especialmente aqueles próximos de suas estrelas, onde a atração gravitacional é mais forte.
Embora esses planetas possam parecer lugares extremos (congelados de um lado e assados do outro), alguns cientistas sugerem que a vida ainda pode encontrar um caminho em meio a tanta adversidade. Alguns astrônomos acreditam que a vida extraterrestre poderia encontrar um “meio-termo” na zona crepuscular perto de onde o dia se transforma em noite.
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Ainda assim, a Terra provavelmente nunca ficará “presa” ao Sol, pois estamos muito longe para que isso aconteça, de acordo com a revista Astronomy. E, embora a rotação do nosso planeta esteja diminuindo ligeiramente (um dia fica cerca de 1,7 milissegundo mais longo a mais a cada século), nosso planeta provavelmente não vai parar de girar completamente.
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