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Kurt Gödel era um gênio à frente de seu tempo, frequentemente comparado a Aristóteles. Reconhecido como um dos maiores matemáticos da história, ele solidificou esse status com seu Teorema da Incompletude. Este teorema argumenta que em qualquer sistema axiomático suficientemente complexo que inclua a aritmética, não há limites fundamentais para o que a matemática pode alcançar por meio da lógica formal.
Amigo íntimo de Albert Einstein, os conceitos de Gödel alimentaram debates sobre realismo matemático, a relação entre a matemática e o mundo real, e tiveram profundas repercussões na epistemologia e filosofia da mente, ao explorar os limites da compreensão humana e da inteligência artificial.
Porém, por trás dessas realizações monumentais, Kurt Gödel enfrentou desafios controversos e pesados em sua vida pessoal. Esta é a história de como o maior matemático de todos os tempos faleceu por inanição deliberada devido à sua paranoia.
Nascido em 28 de abril de 1906, onde hoje é Brno, na República Tcheca, Gödel cresceu em uma família que administrava uma das principais empresas têxteis da cidade. Esta situação proporcionou-lhe uma vida de conforto na classe média. Contudo, desde cedo, Gödel demonstrou sinais de instabilidade emocional.
Aos 8 anos, ele convenceu-se de que tinha um coração fraco, após ler um livro médico. Sua relação perigosa com medicamentos começou aos 15 anos. Tal dependência química talvez tenha sido uma tentativa de controlar sua saúde, dado seu medo constante de uma morte iminente.
Aos 18 anos, Gödel ingressou na Universidade de Viena, onde estudou física teórica, matemática e filosofia. Integrando o Círculo de Viena, ele concluiu sua tese de doutorado aos 23 anos, argumentando que a lógica de primeira ordem poderia ser provada como verdadeira por meio de dedução formal.
Embora brilhante, Gödel nunca se sentiu totalmente inserido no Círculo de Viena, devido às suas crenças teístas, que contrastavam com o positivismo lógico predominante.
Em 1931, o Teorema da Incompletude lançou Gödel ao estrelato mundial. Nos anos seguintes, ele viajou por vários países, conhecendo Albert Einstein. A amizade entre eles permaneceu sólida até o último dia de vida de Einstein.
Em 1936, após a morte de seu melhor amigo Moritz Schlick, Gödel enfrentou seu segundo colapso mental. Sua paranoia emergiu, levando-o a temer constantemente por sua vida. Aos olhos de Gödel, todos os lugares e pessoas escondiam ameaças.
Em 1938, com a anexação da Áustria por Hitler, Gödel decidiu se mudar para os EUA com sua namorada, Adele Nimbursky, com a ajuda de Einstein. Lá, ele se tornou um renomado professor titular na Universidade de Princeton.
À medida que sua carreira avançava, sua saúde mental declinava. Em 1977, Gödel desconfiava de alimentos e de praticamente todos ao seu redor. Sua paranoia chegou a um ponto insustentável no segundo semestre daquele ano, quando sua esposa ficou hospitalizada por seis meses.
Em 14 de janeiro de 1978, Kurt Gödel faleceu de desnutrição severa, pesando apenas 30 quilos. Assim, encerrou-se a trajetória trágica de um dos maiores matemáticos modernos de todos os tempos.
