As plantas têm um “superpoder” denominado fotossíntese que lhes permite criar seu alimento “quase do zero”. Tudo que elas precisam é dióxido de carbono, um pouco de água e uma fonte de energia, que pode ser obtida a partir do sol.
Infelizmente, o sol não brilha forte o ano todo em todas as partes do planeta. Nos pólos extremos da Terra, em locais como a Islândia ao norte ou a Antártica ao sul, a presença do sol cai para menos de 8 horas por dia.
Além das mudanças sazonais, as cidades e suas estruturas de concreto representam um problema para as plantas domésticas. Prédios altos e arranha-céus podem bloquear a luz do sol de entrar em muitas residências. Dito isto, como é possível criar plantas sob condições tão adversas?
Ao longo desse artigo, você vai ver como é possível cultivar plantas com luz artificial, um método que tem ganhado popularidade nos ambientes urbanos modernos.
O que as plantas precisam para crescer?
Dizer que as plantas precisam do sol para fotossintetizar não é necessariamente uma verdade. Na verdade, as plantas realmente precisam de luz para fotossintetizar, mas isso não quer dizer que essa luz precisa vir obrigatoriamente do sol.
Para realizar a fotossíntese, as plantas precisam de fótons, que são as partículas que formam a luz, sendo que cada fóton possui uma certa quantidade de energia, chamada “energia do fóton”. Em resumo, quando um fóton atinge um objeto, como uma planta, ele transmite sua energia a esse objeto.
Os raios do sol são um suprimento gratuito de fótons que existe desde que a vida estava apenas começando. Eventualmente, a vida conseguiu evoluir ao ponto de usar essa fonte abundante de energia para sobreviver, sendo que as plantas são alguns dos organismos que mais se aproveitaram disso desde as primeiras algas fotossintéticas.
Muitos bilhões de anos depois, após a evolução das primeiras formas de vida fotossintética, os humanos entraram em cena e descobriram como fazer sua própria luz e obter benefícios com isso. Primeiro veio o fogo e depois de muito tempo vieram as lâmpadas incandescentes.
Como a luz artificial ajuda as plantas a crescerem dentro de um ambiente fechado?
De um modo geral, a necessidade é a mãe de todas as invenções, e isso pode ser visto neste campo. As luzes artificiais modernas são especialmente projetadas para ajudar as plantas a crescerem tão bem como se estivessem tomando sol.
Entre as variedades de luz artificial, aquelas que são feitas de LEDs (diodo emissor de luz) são as melhores. Na prática, elas são as mais eficientes em emitir luz na parte vermelha e azul do espectro e têm uma intensidade maior do que as lâmpadas fluorescentes. Ainda mais importante, elas também são mais eficientes em termos de consumo de energia.
Cultivar plantas com luz artificial é uma consideração importante para a pesquisa e produção agrícola dos tempos modernos. Com os desdobramentos das mudanças climáticas e o aumento da população, o crescimento das plantas em ambientes fechados está se tornando cada vez mais importante para a produção sustentável de alimentos.
Ainda assim, é importante deixar claro que, fotossinteticamente, a luz artificial até pode atender às necessidades de uma planta, mas os vegetais também usam sinais de luz para monitorar seu funcionamento e crescimento, como veremos no tópico a seguir.
Qual é o impacto da luz artificial nas plantas?
As plantas, assim como os animais, têm um relógio biológico interno que funciona de acordo com o movimento do sol ao longo do dia. Este relógio biológico é responsável, por exemplo, pelos girassóis que acompanham o sol durante o dia, bem como quando as flores desabrocham em um horário específico.
Pesquisas com alface mostraram que, quando cultivadas sob luz LED vermelha, o caule da planta fica mais alongado do que quando cultivado sob luz branca. Acredita-se que isso ocorre porque o crescimento do caule é um processo dependente da luz. Na ocasião, os pesquisadores também descobriram que adicionar um pouco de luz azul impediu que a haste se alongasse muito.
Vale destacar que, além do crescimento, as moléculas que as plantas precisam para fotossintetizar também são afetadas pela luz artificial. A clorofila é a principal molécula que as plantas usam para capturar a energia dos fótons, sendo que seu acúmulo na célula é dependente da luz. Uma pesquisa descobriu que a clorofila se acumula lentamente sob a luz LED branca e a luz LED vermelha, mas não sob a luz LED azul, onde a produção de clorofila não foi afetada.
Além da clorofila, outras moléculas das plantas que não participam da fotossíntese também são afetadas. Elas são produzidas pelas plantas para várias outras funções, como antioxidantes ou hormônios. Essas moléculas, chamadas de metabólitos secundários, costumam ser elementos importantes para a nutrição.
Uma palavra final
Estudos recentes estão avançando na compreensão de como os LEDs afetam o crescimento das plantas. Espera-se que esse melhor entendimento possa levar ao desenvolvimento de tecnologias ainda melhores que um dia poderão ajudar a resolver nossos problemas alimentares.
Para aqueles que moram em apartamentos que não recebem muita luz solar, já existem câmaras de crescimento acessíveis e compactas que prometem funcionar tão bem quanto o sol. Na maioria dos casos, esses produtos realmente são eficazes, mas certifique-se de que a luz não fique ligada o tempo todo, pois muita luz também pode ser ruim para as plantas!
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Por último, é importante deixar claro que mesmo com essas opções artificiais, a luz solar continua sendo a melhor fonte de luz para as plantas. Então, se você puder, deixe suas plantas ao ar livre para que elas possam receber um belo banho de sol!
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