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Cervejas feitas de milho são realmente ruins?

Apesar de uma certa birra em torno do uso do milho em cervejas, a inclusão deste cereal na fórmula não torna a bebida necessariamente ruim.

Nos últimos anos, muitos consumidores de cerveja começaram a questionar uma suposta queda na qualidade de algumas cervejarias, especialmente aquelas que produzem as famosas cervejas de milho. Embora esse cereal seja usado para produzir cervejas mais leves, refrescantes e fáceis de beber, há quem diga que sua qualidade não é tão agradável. Mas, afinal, será que toda cerveja que leva milho é ruim?

Neste artigo, você vai descobrir que o uso do milho na produção de cerveja é mais antigo do que parece.

Cervejas feitas de milho não são necessariamente ruins

Cervejas de milho
Foto: Pixabay

Embora algumas pessoas possam torcer o nariz para as cervejas feitas de milho, elas não são necessariamente ruins em termos de qualidade. De fato, há marcas muito famosas que usam de alguma forma este cereal em sua composição, como Budweiser, Stella Artois e Corona.

Na prática, o que acontece é que a cerveja é feita a partir da fermentação alcoólica do malte de cereais, geralmente a cevada. O malte, por sua vez, é obtido por meio da germinação artificial e da secagem da cevada, mas o que deve ser observado aqui é que nem sempre a cerveja é feita 100% a partir de cereais maltados. É aí que entra o milho.

De acordo com a legislação brasileira, a cerveja deve ter pelo menos 55% de malte. Sendo assim, os 45% podem ser preenchidos com os chamados cereais não maltados, que variam de acordo com a disponibilidade de matéria-prima e as próprias características que se quer dar à cerveja. Isso inclui até mesmo a leveza, já que os cereais não maltados geram álcool sem deixar a bebida mais encorpada.

De um modo geral, os cereais não maltados podem variar consideravelmente dependendo do país em que a cerveja é produzida. O milho, por exemplo, é mais comum na América do Sul, mas o arroz é quem lidera esse quesito nos EUA. Na Europa, a aveia é o cereal mais utilizado para esse fim, enquanto que na África é o sorgo.

A origem da “má fama” das cervejas feitas de milho

cervejas feitas de milho sao realmente ruins 2
Foto: Pixabay

Como os cereais não maltados costumam baratear consideravelmente a produção dos grandes fabricantes, eles passaram a ser vistos como “vilões” nos últimos anos, mas isso não faz muito sentido. Na prática, assim como o selo “puro malte” nem sempre é sinônimo de qualidade, as cervejas de milho ainda podem ser muito boas.

Entre as micro e pequenas cervejarias, cereais não maltados servem, muitas vezes, como estímulo à criatividade. A Flying Dog, uma das mais celebradas dos EUA, lançou a Agave Cerveza (de milho e agave, a matéria-prima da tequila), enquanto a dinamarquesa Amager, em parceria com a carioca 2cabeças, fez a Marry Me in Rio, que tem milho, arroz e uma respeitável nota 87 no site de avaliações RateBeer.

No fim das contas, os exemplos se acumulam e ajudam a mostrar que o milho pode ser mais um aliado do que um vilão em muitas situações.

Uso do cereal de espiga na produção de cerveja é mais antigo do que parece

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Foto: Pixabay

Apesar de toda essa birra recente, o milho faz parte da produção de cerveja há muito tempo. Para se ter uma ideia, muito antes da invasão dos europeus, povos andinos já fabricavam a chicha, uma bebida fermentada de milho. Essa “prima” da cerveja como a conhecemos existe até hoje em países como o Peru.

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Até mesmo os primeiros colonizadores dos EUA produziam cerveja de milho, enquanto que os imigrantes alemães no país vendiam a versão com milho a um valor mais alto que a de puro malte no século XIX. Dito isto, fica fácil de entender que a relação entre milho e cerveja é mais antiga do que muitos imaginam.

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