As crianças odeiam colocá-las no pescoço, os homens adultos no mundo corporativo adoram exibi-las e muitas mulheres continuam a comprá-las para presentear seus maridos. Do que estamos falando? Das gravatas, é claro!
Uma gravata é, em termos básicos, um simples pedaço de tecido brilhante e texturizado, mas é incrível pensarmos como esse objeto sobreviveu às oscilações de diferentes padrões de moda durante séculos. Dito isto, a pergunta que fica é: como acabamos usando gravata e por que continuamos a usar isso?
Como surgiram as gravatas?
Pouca gente sabe, mas a gravata tem suas raízes na história militar. A primeira evidência conhecida de humanos usando um pano semelhante a uma gravata em volta do pescoço foi encontrada nas esculturas de terracota, datadas de aproximadamente 200-300 a.C.
Acredita-se que os soldados do imperador chinês Qin Shi Huang costumavam usar lenços no pescoço, que se tornaram os primeiros acessórios conhecidos das gravatas modernas. Curiosamente, eles utilizavam esses tecidos para proteger o pomo-de-adão, pois o senso comum da época acreditava que essa saliência da cartilagem tireoide fosse uma “fonte de força”.
No entanto, muitos historiadores argumentam que a gravata que vemos hoje é a última evolução de um adereço chamado “cravat” do século XVII. O tal “cravat” é um lenço de pescoço que foi originalmente usado por mercenários croatas que trabalhavam para Luís XIII. Essas gravatas eram coloridas e ajudavam a segurar os casacos.
Mais do que essa utilidade, no entanto, o imperador francês ficou impressionado com o aparente senso de moda dos mercenários, mas ele não foi o único! Essas gravatas logo encontraram aceitação em países vizinhos à França e gradualmente proliferaram por toda a Europa. Com o tempo, elas passaram a tomar formas diferentes das originais usadas pelos mercenários croatas.
Por que ainda usamos gravatas?
No início do século XX, com o surgimento do trabalho burocrático, a gravata logo se tornou uma espécie de insígnia para representar quem trabalhava no ramo do colarinho branco. Na prática, a gravata servia como um indicador simbólico de que quem a usava não era mais um operário de máquinas e, em vez disso, pertencia a um nível superior na hierarquia social.
Com isso em mente, muitos entusiastas da moda argumentam que a gravata ainda continua sendo usada porque se trata de um acessório formal do guarda-roupa masculino que exala um ar de profissionalismo e autoridade.
Hoje, os jovens têm uma infinidade de opções para expressão individual, como diferentes estilos de cortes de cabelo, brincos, tatuagens, etc. No entanto, a boa e velha gravata ainda permanece sendo uma ótima opção de vestuário para os homens se afirmarem como profissionais “mais sérios”.
John Molloy, autor do livro “Dress for Success”, afirma que só de olhar para uma gravata é possível dizer quem é a pessoa ou quem ela está tentando ser. Molloy conduziu experimentos que mostraram que homens usando gravatas caras (ou que pelo menos pareciam caras) causaram uma impressão mais forte em entrevistas de emprego e receberam até mesmo melhores atendimentos em restaurantes!
Uma palavra final
Do ponto de vista da utilidade, as gravatas modernas quase não oferecem qualquer valor mensurável. Eles não podem mantê-lo aquecido, nem são boas como lenço ou toalha, mas, ainda assim, conseguem passar uma imagem de formalidade e seriedade, sem falar que elas combinam com praticamente qualquer pessoa.
Leia Também: Os vikings realmente usavam capacetes com chifres?
Leia Também: Por que a Esfinge de Gizé não tem nariz?
A principal razão pela qual continuamos a usar gravatas provavelmente tem suas raízes na transição do trabalho nas fábricas para o trabalho nas mesas dos escritórios. Ela é uma expressão simbólica para transmitir seriedade e profissionalismo.
E você, é um adepto do uso da gravata? Se você gostou desse post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉